sábado, 20 de junho de 2015

A LEI E A GRAÇA



A igreja evangélica dos nossos dias aceita a graça na teoria, mas nega na prática. Dizemos acreditar que a estrutura mais fundamental da realidade é a graça, não as obras, mas nossa vida refuta a nossa fé. De modo geral o evangelho da graça não é proclamado, nem compreendido, nem vivido. 

Um número grande demais de cristãos vive na casa do temor e não na casa do amor. 

“No Antigo Testamento, lei e vontade de Deus se confundem, na maioria das vezes (2 Cr 15:3; Is 2:3; Mq 4:2). É um instrumento de justiça para o povo de Israel (Is. 42:21) e para os imigrantes estrangeiros que habitavam em seu meio (Êx 12:43-51). Outro aspecto significativo é que a lei está estreitamente relacionada com a aliança(...). Foi mediante a lei que Israel se funda como nação a partir da aliança celebrada com Deus (Js 24:16-25). Estas leis deveriam tanto regular a relação com o Senhor, quanto as relações de convivência social (...). Estas normativas deveriam orientar toda a conduta humana e especialmente estabelecer os direcionamentos do culto.”

O ritual levítico fora designado por Deus para “purificar” (tornar apropriado) e “santificar” (consagrar à glória de Deus). 

As leis de purificação advertiam contra ações, condições, contatos e atitude que “tornavam” uma pessoa “impura” (inapropriada para se aproximar de Deus). Elas apontavam para a separação e o abandono necessários da atitude, da postura ou da condição que estava deixando a pessoa impura. Depois, aquilo que já estava purificado pelo ritual era santificado ou consagrado a Deus pelo sangue do sacrifício. 

Rituais, cerimônias e sacrifícios foram os meios oferecidos por Deus para que o seu povo sempre pudesse voltar à santidade. O povo, por sua vez, demonstrava a sua fé ao buscar obedecer a Lei e ao realizar os rituais, cerimônias e sacrifícios prescritos. 

Resumindo: os rituais eram o meio oferecido por Deus, enquanto a performance era a demonstração de fé do povo de Deus.

Código moral e condições mundanas:

Com a morte e a ressurreição de Jesus Cristo a lei do Sinai deixou de ser a ligação, deixou de ser a constituição legal, entre Deus e a comunidade do pacto. O que hoje nos une a Deus é a graça pela fé.

Agora, cuidado, pois o que foi abolido com o sacrifício de Cristo foram os rituais, as cerimônias e os sacrifícios (que apontavam para a obra de Jesus), e não o que havia sido revelado pela lei através de tais práticas.


As regulamentações levíticas foram particularmente entregues a Israel e foram temporárias, mas a revelação da santidade de Deus e o que ela requer de seu povo permanecem aplicáveis a todos os crentes em Cristo de todos os tempos. 

O código moral de Deus continua o mesmo. O que era pecado ainda é e sempre será pecado. Já as condições mundanas do ser humano (isto é: período mesntrual em Lv 12; lepra e mofo em Lv 13 e 14; fluxo masculino e feminino em Lv 15), foram tratadas e abolidas pela cruz.

Sabemos agora que o cristão nada tem de comum com o povo judeu, o cristão não deve de forma alguma se apropriar das determinações ordenadas nos livros de Moisés e muito menos seguir os como prática de fé conselhos ou ordenanças contidas nos livros históricos, proféticos e poéticos, haja vista, que todo o conteúdo dos escritos dos profetas possui como base as ordenanças do Torá ou são profecias referente a chegada do Messias – o Cristo. Para os cristãos ele é Jesus o nosso salvador. 
As profecias do Antigo Testamento sobre o Messias foram cumpridas em Jesus, do maior ao menor detalhe; nasceria de uma virgem (IS. 7:14); seria na cidade de Belém (Mq. 5:2); seria perseguido ainda criança (Jr. 31:15); seria chamado do Egito (Os. 11:1) Jesus entraria em Jerusalém montado num jumento (Zc. 9:9). Sem dúvida, cabe ao cristão conhecer o Antigo Testamento, mas não cabe a ele cumprir qualquer preceito ou exemplo dado pela lei do Velho Pacto.

L E V Í T I C O 

Título. Chama-se Levítico pelo fato de ser um registro de leis referentes aos levitas e seu serviço. 

A mensagem do livro está muito bem exposta em Lev. 19:2. Observem o propósito prático do livro: contém um código de leis divinamente determinado e designado para tornar Israel diferente de todas as demais nações, espiritual, moral, mental e fisicamente. Em outras palavras, Israel tornar-se-ia uma nação santa — uma nação separada dos meios e costumes das nações que acercavam, e consagrada ao serviço do único e verdadeiro Deus. 

Levítico é um livro de leis, e tomando isso em consideração, vamos classificar o seu conteúdo:

  • 1.    Leis referentes às ofertas e sacrifícios (Caps. 1-7).
  • 2.    Leis referentes ao Sacerdócio (Caps. 8-10).
  • 3.    Leis referentes à purificação (Caps. 11-22).
  • 4.    Leis referentes às Festas (Caps. 23-24).
  • 5.    Leis referentes à Terra (Caps. 25-27).

1-LEIS REFERENTES ÀS OFERTAS (Caps. 1-7). 

Os sacrifícios foram instituídos como meios pelos quais o povo podia manifestar a sua adoração a Deus:


O holocausto significava a inteira consagração a Jeová. 

A oferta pacífica, que era comida em parte pelo sacerdote e em parte pelo ofertante, mostrava a comunhão com seu Deus; 

A oferta de manjares ou de cereais, constituído de farinha, pães ou grãos, representava oferta de uma dádiva ao Senhor de tudo em reconhecimento de Sua bondade; 

Por meio da oferta pelo pecado o israelita manifestava tristeza, ou arrependimento do pecado e o desejo pelo perdão e purificação; 

A oferta pela culpa foi dada no caso de ofensas que exigiam a restituição.


2-LEIS REFERENTES AO SACERDÓCIO (Caps.8 10). 

Estes capítulos registram a consagração de Arão,seus filhos e a sua iniciação no ofício sacerdotal.

Os principais tópicos desta seção são os seguintes :


A Consagração (8). As cerimônias da consagração incluíam a lavagem com água, o vestir-se de roupas sacerdotais, a unção com azeite a oferenda de sacrifícios e aspersão de sangue; 

 O serviço (9); 

 A falta (10). Nadabe e Abiú, os filhos de Arão, emvêz de usarem fogo tomado do altar, usaram fogo comumparaqueimar o incenso. Afim de impressionar anação pelo caráter sagrado e a responsabilidade do sacerdócio; 

 Deus escolheu esses homens para exemplo, destruindo-os pelo fogo. O que foi que provavelmente os induziua cometer esse pecado ? (Vejam os versículos 8-11)Não sugere I Cor. 11:20-32 alguns paralelos ?

3-LEIS REFERENTES A PUREZA (Caps. 11-22).

Façamos um resumo desta seção da maneira seguinte: Israel, como uma nação santa, tem:

 Alimento santo (11); 

Corpos santos (12 a 14:32); 
 Lares santos (14:33-57); 
Costumes santos (15); 
Santidade renovada anualmente (16); 
Culto santo (17:1-16);
Moralidade santa (18);
Costumes e vestuários santos (19-22).

Que ensina o capítulo 18 acerca do caráter das nações circunvizinhas de Israel ? (Vide os vers. 24, 28). Muitos infiéis têm se escandalizado com o conteúdo desses capítulos, caracterizando-os como impróprios. Mas pode-se ver que a Bíblia, ao descrever as enfermidades morais, não recorre à dissimulação, nem à falsa modéstia, assim como não o faz um livro médico ao tratar das enfermidades físicas.

4-LEIS REFERENTES ÀS FESTAS (Caps. 23, 24).

-Sábado. (23:1-3). 1-3). Podemos considerar este dia como o dia de festa semanal dos israelitas, no qual descansavam de todos os seus trabalhos e se reuniam para o culto;

-A Páscoa e a festa dos pães asmos. Observem que havia duas festas numa só — a Páscoa (celebrando a passagem do anjo da morte sobre as casas dos israelitas),que durava um dia; e a festa dos pães asmos (comemorando a partida do Egito), que durava sete dias;

-Pouco depois dessa última festa celebrava-se adas primícias, quando um feixe da colheita das primícias era movido perante o Senhor. Isso era um tipo da ressurreição de Cristo (Cor. 15:20);

-Cinqüenta dias depois das primícias realizava a festa de Pentecoste que significa “cinqüenta”) .No quinquagésimo dia, dois pães movidos, com fermento(23:17) ofereciam-se ao Senhor;

-A festa das trombetas (23:23-25). “O Dia do Ano Novo”. Vejam as seguintes referências e verifiquem o significado típico desta festa (Isa. 27:13; I Cor. 15:52; Mat. 24:31; Apoc. 11:15);

-O Dia da Expiação (Lev. 23:27-32). (Vide também Levítico 16 e Hebreus 9:6-12). Era mais jejum do que festa. Nesse dia o sacerdote entrava no Lugar Santíssimo, com sangue, para fazer expiação pelos pecados do povo. Isso acontecia só uma vez por ano e significava Cristo entrando no céu com o Seu próprio sangue para fazer a expiação eterna pelos nossos pecados. Além dos outros sacrifícios desse dia, havia os dois bodes. Um desses era sacrificado; quanto ao outro, Arão colocava sobre ele as mãos e confessava os pecados da nação; em seguida, enviava-o ao deserto. Estes dois bodes representam dois aspectos da expiação. O primeiro significa Cristo pagando a pena pelos nossos pecados — a morte; o segundo significa o afastamento dos nossos pecados, para nunca mais se lembrar dos mesmos; A festa dos tabernáculos (Lev. 23:33-44) comemorava os dias em que os israelitas habitavam em tendas, depois da sua saída do Egito. Uma vêz que esta festa seguia-se à colheita (23:39), podemos tomá-la como típica do regosijo dos santos na presença do Senhor, depois da grande reunião (Comparem as referências às palmas no versículo 40 e Apoc. 7:9).

Observem a sequência típica das festas — como as mesmas manifestam a história da redenção. Omitiremos o Dia da Expiação, porque não é uma festa, mas sim um jejum.
A Páscoa — A crucificação.

As primícias — A ressurreição de Cristo.

O Pentecoste — O derramamento do Espírito.

As Trombetas — rapto dos vivos e a ressurreição dos» santos mortos.

Os tabernáculos — A nossa morada na presença do Senhor depois da grande reunião.

5-LEIS REFERENTES A TERRA (Caps. 25-27).

-O Ano de Jubileu (Cap. 25); 

-Recompensa e castigo (Cap. 26); 

-Votos (Cap. 27);

O Ano de Jubileu era um ano sabático celebrado de cinquenta em cinquenta anos, a começar no Dia da Expiação. 

Nesse tempo dava-se à terra o descanso de cultivo; todas as dívidas eram perdoadas, todos os escravoshebreus eram postos em liberdade, e todas as propriedadeseram restituídas aos seus primitivos donos. Casasem cidades muradas eram uma exceção; essas não voltavama seus donos (25:30). O propósito do Jubileu eraevitar a escravidão perpétua dos pobres e a acumulaçãode riquezas pelos ricos e preservar também a distinçãoentre as tribos e suas possessões. Foi esse ano que Cristo. 

proclamou como “o ano aceitável do Senhor” (Luc. 4:19) e que Pedro chamou “o tempo da restituição de todas as coisas” (Atos. 3:21). Como tipo, o Jubileu encontra seu cumprimento parcial nesta dispensação do Evangelho e seu cumprimento completo durante o Milênio. 

A que está condicionada a bênção de Israel no capítulo 26 ? (Vers. 3). Quando foram cumpridos completamente os versículos 28-39 ? (Luc. 21:20-24). 

Quando voltará Jeová outra vez a Israel ? (V. 40). 

Quando sucederá isso? (Zac. 12:10; Apoc. 1:7). Embora disperso e punido, Israel é abandonado para sempre por Jeová ? (Vers. 44, 45). De que Êle Se lembrará ? 
(V. 42).

BREVE DESCRIÇÃO DA TORÁ:

A palavra “Pentateuco” (Chumásh) é fruto da junção de duas palavras: “pente” que significa cinco e “teuchos” cuja tradução é estojo para rolo de papiros. 
A ideia é que são cinco livros ou cinco papiros.
O termo aponta para os cinco primeiros livros da Bíblia, também conhecidos como “A Lei”, “O livro da Lei de Moisés”, “O Livro da Lei de Deus”, e também “Torá” que significa ensinamentos. Os cinco livros que formam o Pentateuco são: Gêneses, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

Os estudiosos da Torá nem sempre estiveram de acordo com a interpretação da mesma. Uma breve leitura dos evangelhos nos revela que nos tempos de Jesus Cristo já existiam divergências de opiniões acerca de seus ensinamentos. Um exemplo clássico está registrado nos evangelhos e revela a divergência de opiniões existente entre saduceus e fariseus. Ambos eram grupos de religiosos que em vários pontos da Lei possuíam interpretações bem divergentes.

O apóstolo Paulo, quando foi preso no fim de sua terceira viagem missionária e foi levado ao Sinédrio, consciente que o mesmo era composto de fariseus e saduceus, buscando conseguir apóio falou que o motivo de sua prisão era assuntos relacionados a questões doutrinárias. O episódio se encontra registrado em Atos 23.6-10.

O relato nos mostra com clareza que os saduceus interpretavam a Lei judaica de um modo que não enxergavam nela questões relacionadas a ressurreição, anjo ou espírito, ao passo que os fariseus criam em todas estas doutrinas.



No que diz respeito ao povo judeu, sabe-se que não foi Abraão quem instituiu o costume de dar dízimo, já que Isaque, seu filho, não pagou, enquanto Jacó precisou fazer voto, deixando claro que o pai Abraão não deu ordens sobre tal obrigação.

Sabe-se, contudo, que a Bíblia deixa bem claro que somente os judeus proprietários de latifúndio, campos produtivos, deveriam pagar o dízimo.

Como representantes políticos do rei, os levitas usavam o seu dízimo para servir aos oficiais, juízes, coletores de impostos, tesoureiros, guardas do Templo, músicos, padeiros, cantores e soldados profissionais (1 Crônicas 12:23,26; 27:5). É obvio que esses exemplos do uso bíblico da entrada do dízimo nunca se tornam exemplos para a igreja de hoje.

Alguns usam a passagem de Mateus 23.23 para defender que o dízimo é válido atualmente. Mas é importante observar que, apesar do Novo Testamento começar sua narrativa com o nascimento de João Batista e de Jesus, a Nova Aliança só começou, de fato, quando Jesus morreu (Mt 26.28; 27.51; Cl 2.14; Hb 9.11-17). Assim, quando Jesus disse o que está escrito em Mt 23.23, eles ainda estavam no Antigo Testamento. Portanto, essa passagem não pode provar a validade do dízimo para o Novo Testamento.

Outros tentam defender a validade do dízimo com a passagem de Hebreus, capítulo 7. Porém, nessa passagem o autor da carta apenas mostra a superioridade de Cristo em relação ao sacerdócio do Antigo Testamento usando Melquisedeque como um tipo de Cristo, pois Arão (representando o sacerdócio veterotestamentário) pagou dízimos a Melquisedeque na pessoa de Abraão, mostrando sua inferioridade em relação à Melquisedeque. 

O objetivo da passagem não é falar sobre a validade ou não do dízimo para os dias de hoje, mas mostrar a superioridade do sacerdócio de Cristo.

É importante saber que na Antiga Aliança os dízimos nunca eram usados para evangelizar os não israelitas. Neste ponto o dízimo falhou. 

Vejam Hebreus 7:12-19. Os dízimos jamais estimularam os levitas e sacerdotes da Antiga Aliança a estabelecer uma única missão fora do país, para encorajar um só gentio a se tornar israelita (Êxodo 23:32; 34:12,15; Deuteronômio 7:2). 

O dízimo da Antiga Aliança era motivado e exigido por lei, não pelo amor. De fato, durante a maior parte da história de Israel, os profetas foram os principais portadores da Palavra de Deus e não os levitas e os sacerdotes que recebiam o dízimo.

MALAQUIAS 3:10 É O TEXTO DO QUAL MAIS SE TEM ABUSADO NA BÍBLIA SOBRE O DÍZIMO.

-Malaquias é contexto da Antiga Aliança e nunca é citado na Nova Aliança para a Igreja (Levítico 27:34; Neemias 10:28-29; Malaquias 3:7; 4:4);

-Malaquias 1:6; 2:1 e 3:1-5 são muito claramente endereçados aos sacerdotes desonestos, os quais são amaldiçoados porque haviam roubado as melhores ofertas de Deus;

-As cidades levíticas devem ser consideradas, enquanto Jerusalém nunca foi uma cidade levítica (Josué 20, 21). Não faz sentido algum ensinar que 100% dos dízimos eram levados ao Templo, quando a maioria dos levitas e sacerdotes não morava em Jerusalém;

-Em Malaquias 3:10-11, os dízimos ainda são apenas alimentos (Levítico 27:30-33);

-As 24 localidades residenciais dos levitas e sacerdotes também devem ser levados em conta.

Começando com os Reis Davi e Salomão, eles foram divididos em 24 famílias. Essas divisões também continuavam a vigorar no tempo de Malaquias, com Esdras e Neemias. Visto como normalmente apenas uma família servia ao Templo e por uma semana da cada vez, não havia, absolutamente, qualquer razão para que todos os dízimos fossem enviados ao Templo, quando 98% daqueles a quem se destinavam como alimento ainda se encontravam nas cidades levíticas (1 Crônicas 24:26; 28:13,21; 2 Crônicas 8:14; 23:8; 31:2, 15-19; 35:4-5,10; Esdras 6:18; Neemias 11:19,30; 12:24; 13:9-10; Lucas 1:5). 

Desse modo, quando o contexto das cidades levíticas, as 24 famílias dos sacerdotes, os filhos menores, as viúvas, Números 18:20-28, 2 Crônicas 31:15-19, Neemias 10-13 e todo o livro de Malaquias são avaliados, vemos que apenas 2% do total do primeiro dízimo eram normalmente exigidos no Templo de Jerusalém.

Se aceitarmos a obrigatoriedade do pagamento do dízimo, mesmo assim teríamos uma série de agravantes. Primeiramente, o mesmo é ordenança da lei Antigo Testamento, outra, só os levitas podem receber; muitos de nós, não trabalha na área rural e mesmo se trabalhasse, a produção seria do dono da terra e não nossa, a não ser que terra fosse nossa, então, assim poderíamos separar o dízimo. 

E caso dedicássemos 10% de nosso salário oriundo de qualquer fonte, também não poderia assumir a forma de dízimo de hoje, em virtude dos pobres não recebem nada dessa contribuição obrigatória. 

O que precisamos entender de vez por todas que Cristo não veio a ensinar os Judeus a aperfeiçoar a Velha Aliança, Ele disse: Um novo mandamento vos dou (João 13.34), e se a justiça provem da lei, segue-se que Cristo morreu em vão (Gálatas 2.21). 

Em Mateus 5.20 disse Jesus: Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.

Observem que o Senhor Jesus Cristo mandou justamente os escribas e fariseus (os quais o Senhor sempre os tratava por hipócritas, falsos) que cumprissem a lei de Moisés, lei que ordena o pagamento do dízimo. Nós porém, para herdarmos o reino dos céus, não podemos de forma alguma voltar no ritual da lei Mosaica como faziam os escribas e fariseus, com hipocrisia, mas precisamos exceder essa lei, a qual foi por Cristo abolida. A Graça do Senhor Jesus excede a lei de Moisés e todo entendimento humano. 

A Segunda vez que o Senhor Jesus referiu-se ao dízimo, foi na Parábola do Fariseu e do Publicano (Lucas 18.9-14) e outra vez censurou os dizimistas. Tomou como exemplo um homem religioso, que jejuava duas vezes por semana e dizia ser dizimista fiel, porém, exaltava a si mesmo e humilhava um pecador que suplicava a misericórdia do Senhor.

Hoje não é diferente, muitos ainda exaltam-se dizendo: “Eu sou dizimista fiel”, mas nesta narrativa alegórica, o Senhor Jesus Cristo exemplificou que no Evangelho não há galardão para os dizimistas fieis, ao contrário, Jesus sempre os censurou. 

Muitos saem em defesa do dízimo afirmando: Mas o Dízimo é bíblico (Número 18.21 a 26). Certamente, como também é bíblico: a circuncisão (Gênesis 17.23 a 27), o sacrifício de animais em holocausto (Levíticos Capítulos do 1 até 6.8 a 13), a santificação do sábado (Levíticos 23.3), o apedrejar adúlteros (Levíticos 20.10 e Deuteronômio 22.22), etc. É bíblico, mas pela ordenança da lei que Moisés introduziu ao povo.



PELA GRAÇA SOIS SALVOS:

O texto clássico da salvação pela graça é Efésios 2.8-9: “Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”. Vejamos esses versículos em seu contexto e tentemos compreender melhor como as Escrituras descrevem a salvação pela graça, mediante a fé no Senhor Jesus Cristo.

Em Efésios 1, o principal ensino de Paulo era a soberania de Deus em salvar graciosamente os eleitos. Ele escreveu que Deus nos escolheu (v. 4), nos predestinou (v. 5), garantiu nossa adoção (v. 5), nos concedeu sua graça (v. 6), nos redimiu (v. 7), derramou a riqueza de sua graça sobre nós (v. 7-8), desvendou-nos sua vontade (v. 9), adquiriu para nós uma herança (v. 11), garantiu que o glorificaría- mos (v. 11-12), nos salvou (v. 13) e nos selou com o Espírito Santo (v.13-14).

O propósito de Paulo em Efésios 2.1-3 não é mostrar como vivem as pessoas não-salvas — embora o ensino seja valioso para cumprir esse propósito — e sim lembrar os crentes como eles viviam antes. Todos nós andávamos, “outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais” (v. 3, ênfase acrescentada).

O reino do pecado e da morte é uma experiência passada para o crente. Eramos desesperadamente sujeitos ao mundo, à carne e ao diabo (v. 2-3). Outrora andávamos como filhos da desobediência (v. 2). Estávamos mortos em delitos e pecados (v. 1). Agora, tudo isso está no passado.

Nova Aliança
“Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá” (Jr 31:31)
“Porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados” (Mt 26:28).

BENEFÍCIOS DA GRAÇA:

No AT precisava-se do sacerdote para ter acesso a Deus;
No NT todo crente tem livre acesso ao Pai.
No AT a liderança era elitizada;
No NT a liderança e democratizada.
No AT só os da tribo de Levi podiam dirigir o louvor;
No NT todos, salvos, podem dirigir o louvor.
No AT o sacerdote intercedia pelos pecados individuais;
No NT o crente pode pedir perdão diretamente.
1 Pe 2:9.

Ele não só cumpriu a lei perfeitamente, mas também interpretou a lei de forma perfeita, permitindo aos que comprou na cruz, entendê-la de forma mais completa, mais abrangente.

Cristo, ao cumprir a lei, ab-roga a maldição da lei, mas não a sua magisterialidade. A lei continua com o seu papel de ensinar ao ser humano a vontade de Deus. A ab-rogação da maldição da lei é aquilo a que Paulo se refere em textos como Rm 6:14 e Gl 2:16 — estamos debaixo da graça! 

A lei continua no seu papel de nos ensinar, pela obra do Espírito Santo. Não somos mais condenados pela lei nem servos da mesma. A lei, por expressar a vontade de Deus, se nos torna um prazer.

Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las. E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé?, Gálatas 3.10-11. (E quem não é justificado, logicamente é condenado). A lei não pode ser desprezada. Ela cumpriu a sua missão até a chegada de Cristo, Gálatas 3.19 e Lucas 16.16.

“A administração da lei da antiga aliança (ou a própria administração mosaica) não ofereceu uma forma de salvação nem tampouco ensinou uma mensagem de justificação que difere daquela encontrada no evangelho da nova aliança. Ao reconhecer que diante de Deus ninguém podia ser justificado (Sl 143.2), a antiga aliança prometeu justificação fundamentada no nome: ‘O SENHOR é a Nossa Justiça’ (Jr 23.6).”

                                   
                               VELHA ALIANÇA 


                              
Hebreus 18:19-20 
18 Por isso também o primeiro não foi consagrado sem sangue;
19 Porque, havendo Moisés anunciado a todo o povo todos os mandamentos segundo a lei, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, lã purpúrea e hissope, e aspergiu tanto o mesmo livro como todo o povo,
20 Dizendo: Este é o sangue do testamento que Deus vos tem mandado.
     
                                 Hebreus 9:22

E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.                     


                                NOVA ALIANÇA


LUCAS 22:20

Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós.

A diferença entre hoje e a época do Antigo Testamento é que a graça não tinha sido oficialmente manifestada: "A lei foi dada por Moisésa graça e a verdade vieram por Jesus Cristo" (Jo 1:17).



A Palavra de Deus, pelo Espírito de Deus, é o que nos purifica e santifica. Assim como a purificação e a santificação de Israel se dava pela fé nos meios de Deus, para nós hoje elas acontecem pela fé na obra e nas promessas de Deus para nós em Cristo, conforme a Bíblia.


CONCLUSÃO:

O Antigo Testamento não pode ser rasgado e jogado fora, por sua vez, é uma fonte inspirada por Deus e dado como mandamento aos judeus. Consta também como caminho inicial e anúncio da chegada do grande Redentor da humanidade. Contudo Cristo nos deu um novo mandamento, sendo sem dúvida a regra de vida e fé de todos os cristão. As diferenças existentes entre judeus e não judeus ficam manifestas também na Nova Aliança dada por Jesus Cristo. Diferenças essas, claras e notórias que exigem a renuncia das práticas do Velho Testamento e a execução somente do Novo. Os apóstolos também tiveram dúvidas e várias contendas (leia Gálatas) a respeito se poderiam ou não cumprir os mandamentos do Antigo Testamento. No intuito de por fim as controvérsias. O Concilio em Jerusalém, o primeiro onde se buscou consenso para tais contendas. Definiu:

Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, levantaram-se, dizendo que era necessário circuncida-los, e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés. Congregaram-se os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto. E, havendo grande discussão, levantou-se Pedro, e lhes disse: Irmãos, bem sabeis que já há muito tempo Deus me elegeu dentre vós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho, e cressem. Deus, que conhece os corações, deu testemunho a favor deles, concedendo-lhes o Espírito Santos, assimcomo também a nós. E não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando os seus corações pela fé. Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre o pescoço dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar? (At. 15:5-10).

Os apóstolos e anciãos, principalmente Pedro expondo as maravilhas que Deus havia concedido aos não judeus, prova como é desnecessário o cumprimento das leis do Antigo Testamento. Os gentios sem Moisés receberam o Espírito Santo, isso significa que eles foram aceitos pela fé sem necessitar do cerimonialismo e legalismo judaico, como festas, sábado, dízimo, circuncisão ou qualquer outro preceito. O próprio Pedro admiti que a lei mosaica era um jugo que impedia uma relação mais íntima com Deus.

Paulo afirma o mesmo com outras palavras: De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé. Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao "aio” (Gl 3.24-25). 

Sabemos que há dois testamentos, duas alianças – uma antiga, que já passou, e uma nova, que vigora. Mas, quando começou a vigorar a nova aliança, o novo testamento?  Hebreus responde:

“Porque, onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador; pois um testamento só é confirmado no caso de mortos; visto que de maneira nenhuma tem força de lei enquanto vive o testador".
 (Hb 9.16-17).

Oh! que significado tem as palavras de Jesus na última ceia: porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados.” (Mt 26.28).

O Antigo acabou sendo instaurado o Novo Pacto baseado não mais em sangue animal, mas sim no Santo Sangue do Cristo ressurreto. No evangelho de Mateus 26:18, Jesus manifesta quem é o detentor de todo poder no céu e na terra – Ele, e o que todos deveriam fazer e cumprir seus mandamentos. Indo fazer discípulos, batizando-os e ensinando a guardar os ensinamentos de Jesus.

Viver praticando os rituais, as cerimônias e os sacrifícios era a forma de os judeus demonstrarem fé e novidade de vida. O cristão, por sua vez, foi purificado e está sendo santificado pela obra e pelo sangue de Jesus e, portanto, confirma sua fé através de novidade de vida.

O Apóstolo Paulo pergunta: Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé? (Gl 3:5). Ele mesmo responde: Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se Ele próprio maldição em nosso lugar (Gl 3:13a). A nossa glória está na cruz de Cristo e não nas cerimônias judaicas (Gl6:14). Que Deus nos abençoe e nos livre desta prática.

Vemos, assim, que os evangelhos retratam acontecimentos da antiga aliança. Poderíamos dizer que o Antigo Testamento se estende até Mateus 27.50 quando “Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito.

Jesus cumpriu toda lei por nós como:

Em Lc 1.15 o anjo Gabriel consagra João Batista ao nazireado, conforme Nm 6.3;

Em Lucas 2.21 Jesus é circuncidado obedecendo ao disposto em Levítico 12.3;

Em Lucas 2.22 Maria se purifica conforme estabelecido em Levítico 12.4;

Em Lucas 2.23 os pais de Jesus oferecem o sacrifício prescrito em Levítico 12.6-8;

Em Mateus 8.4 Jesus manda um leproso fazer o sacrifício prescrito em Levítico 14;

Em Lucas 19.8 Zaqueu se submete duplamente à pena estabelecida em Êxodo 22.9;

Em Mateus 17.24 Jesus paga o imposto estipulado em Êxodo 30.11-16;

Em Mateus 26.17 Jesus e os discípulos cumprem o requerido em Êxodo 12.1-27.

Viver pela graça significa reconhecer toda a história da nossa vida, o lado bom e o ruim. Ao admitir o meu lado negro, aprendo quem sou! e o que a graça de Deus significa.

A graça é a influência voluntária e benevolente de um Deus santo, que age soberanamente na vida de pecadores indignos.

AMÈM.


Fontes de pesquisa: 

Livro- O evangelho segundo os apóstolos-Editora Fiel-Edição em Português 2011; 

Livro- sem barganhas com Deus- Autor-Caio Fabio-Edição-2002; 

Artigo- O Antigo Testamento do Prof. Robson T. Fernandes parte 01; 

Artigo-Lei e Graça da igreja BATISTA EBENEZER; 

BÍBLIA SAGRAGA: Edição Revista e Corrigida. Trad. João Ferreira de Almeida;


ELLISEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. São Paulo: Editora Vida, 1999;


HALLEY, Henry. Manual Bíblico de Halley. São Paulo: Editora Vida, 1998;

KOLATCH, Alfred. Livro Judaico dos Porquês. São Paulo: Sêfer, 2007.

ARTIGO- OBREIROS DA INIQUIDADE  (Adrian Márcio) DO SITE: