domingo, 3 de abril de 2016

CUIDADO! “NÃO TOQUEIS NOS MEUS UNGIDOS”?

A frase bíblica “Não toqueis nos meus ungidos” (Sl 105.15) tem sido empregada para os mais variados fins. Maus obreiros, falsos profetas, adoradores-ídolos e até políticos “evangélicos” se valem dela para ameaçar seus críticos. Crentes mal-orientados usam-na para defender o seu “ungido”, mesmo que ele defenda abertamente  coisa que são pecado perante a Bíblia. E outros ainda a empregam para reforçar a ideia de que não cabe aos servos de Deus julgar ou criticar heresias e práticas antibíblicas.

Todavia, a passagem mais conhecida é aquela em que Davi, sendo pressionado pelos seus homens para aproveitar a oportunidade de matar Saul na caverna, respondeu: "O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, isto é, que eu estenda a mão contra ele [Saul], pois é o ungido do Senhor" (1Sm 24:6).

Usando também a história de Davi e Saul, esses pastores se dizem ungidos do Senhor e arrogam para si uma posição especial no meio do povo de Deus, posição essa que, segundo imaginam, os coloca acima da possibilidade de serem questionados ou mesmo corrigidos quando erram. E o pior é que — diga-se de passagem — geralmente, quem dá essa espécie de carteirada é um tipo de pastor que mais erra... um fariseu!!!    



Será que isso está correto?  Será que os pastores são os “ungidos do Senhor” e, por essa razão, são incriticáveis e intocáveis? Possuem eles algum tipo de imunidade, que o impede de ser admoestado, exortado a se arrepender de seus pecados? Vejamos a Bíblia!


A unção é a consequência direta do ato de ungir. No Antigo Testamento era muito comum derramar azeite (um símbolo visível) sobre a cabeça de uma pessoa com o objetivo de consagrá-la, santificá-la para um serviço especial. Isso era ungir a pessoa. Consequentemente, se a pessoa fosse fiel a Deus, seria e permaneceria cheia da unção do Senhor, seria um ungido. Eram homens escolhidos pelo Senhor para desempenharem os ofícios de rei, profeta e sacerdote.

Quando examinamos os contextos literário e histórico-cultural da frase acima, vemos que ela está longe de ser uma regra geral. Uma leitura atenta do Salmo 105 não nos deixa em dúvida: os ungidos mencionados são os patriarcas Abraão, Isaque, Jacó (Israel) e José (vv.9-17). Ademais, o título “ungido do Senhor” refere-se tipicamente, no Antigo Testamento, aos reis de Israel (1 Rs 12.3-5; 24.6-10; 26.9-23; Sl 20.6; Lm 4.20) e aos patriarcas, em geral (1 Cr 16.15-22).

Esta relutância de Davi em matar Saul por ser ele o ungido do Senhor tem sido interpretado por muitos evangélicos como um princípio bíblico referente aos pastores e líderes a ser observado em nossos dias, nas igrejas cristãs. Para eles, uma vez que os pastores, bispos e apóstolos são os ungidos do Senhor, não se pode levantar a mão contra eles, isto é, não se pode acusa-los, contraditá-los, questioná-los, criticá-los e muito menos mover-se qualquer ação contrária a eles. A unção do Senhor funcionaria como uma espécie de proteção e imunidade dada por Deus aos seus ungidos. Ir contra eles seria ir contra o próprio Deus.

Mas, o que não se pode ignorar é que este respeito pela vida do rei, não impediu Davi de confrontar Saul e acusá-lo de injustiça e perversidade em persegui-lo sem causa (1Sam 24:9-15). Davi não iria matá-lo, mas invocou a Deus como juiz contra Saul, diante de todo o exército de Israel, e pediu abertamente a Deus que castigasse Saul, vingando a ele, Davi (1Sam 24:12). Davi também dizia a seus aliados que a hora de Saul estava por chegar, quando o próprio Deus haveria de matá-lo por seus pecados (1Sam 26:9-10).

No entanto, de acordo com Gênesis 20.7, e em comparação com Salmos 105.15, embora proibido por Deus de tocar em Abraão, ungido do Senhor, e de causar dano físico ao profeta, o rei não vacilou em repreendê-lo pelo fato de haver mentido a respeito de Sara.
Tal repreensão, porém, não significa que Abimeleque, por haver atingido verbalmente Abraão, tenha desobedecido à ordem de não tocar no ungido de Deus.

O Novo Testamento apresenta uma expansão nesse conceito, mostrando que todos aqueles que estão unidos a Jesus Cristo, o verdadeiro Ungido do Senhor, são igualmente ungidos pelo Espírito Santo como profetas, sacerdotes e reis. O apóstolo Pedro faz uma afirmação nesse sentido: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pedro 2.9). Os três ofícios são mencionados por Pedro: “sacerdócio real” (ofícios sacerdotal e real), e “a fim de proclamardes” (ofício profético). O apóstolo está falando de todos os verdadeiros crentes. Todos eles são “sacerdócio real”.

Lucas registra o cumprimento da profecia de Isaías sobre Cristo: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu” (Lc. 4:18 cf. 61:1-3 – grifo meu). Veja que Jesus foi ungido pelo Espírito Santo. Não houve uma solenidade para que fosse ungido com derramamento de óleo, isto é, que sobre a Sua cabeça fosse derramado óleo, para confirmar Seu ministério. Isto devido à Pessoa do Espírito Santo.

Hoje a unção está no crente. É a Pessoa do Espírito Santo. Jesus disse “pois habita convosco, e estará em vós” (Jo. 14:17). Paulo declara que fora ungido, porém não há registro bíblico que diga que sobre ele tenha sido derramado (literalmente) algum tipo de óleo (2 Co. 1:21 cf. At. 9:17,18). João falou que a unção que o redimido recebe é verdadeira, e nesta unção deve permanecer, a autoridade e poder que Cristo tinha vinha pelo Espírito Santo, o mesmo poder e autoridade estão à disposição da Igreja na Pessoa do Espírito Santo (At. 1:8).

Resumindo pastores, bispos não são sacerdotes, todos os crentes são “ungidos de Deus” (e não somente os líderes).
Se alguém, agir como o rei Saul, que foi um dia ungido por Deus, não cabe a nós matá-lo espiritualmente, condená-lo ao Inferno. Entretanto, isso não significa que devamos silenciar ou concordar com todos os seus desvios do Evangelho (Fp 1.16; Tt 1.10,11). O próprio Jônatas reconheceu que seu pai turbara a terra; e, por essa razão, descumpriu, acertadamente, as suas ordens (1 Sm 14.24-29).

Infelizmente, muitos líderes, pregadores, cantores e crentes em geral, considerando-se ungidos ou profetas, escondem-se atrás do bordão em análise, mentem e cometem todo tipo de pecado, além de torcerem a Palavra de Deus. Caso não se arrependam, serão réus naquele grande Dia! Os seus fabulosos currículos — “profetizamos”, “expulsamos”, “fizemos” — não os livrarão do juízo (Mt 7.21-23).
Não existem cristãos mais ungidos que outros cristãos. E, definitivamente, não existem "ministérios ungidos".

O texto de 2 Coríntios 1:21 - 22 diz: "Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração". Estes dois versos ensinam claramente que só existe uma unção e que todos os cristãos são participantes desta unção, pois o repartir da mesma é um ato do próprio Deus.
Pastores que se denominam “ungidos” costumam ensinar suas ovelhas que toda insubordinação e desobediência é pecado grave e que este tipo de pecado é digno das mais severas e pesados formas de disciplina. Desta maneira, a igreja está plenamente doutrinada e quando alguém tentar  exortar  o pecado de lideres na igreja,  logo repetem um outro bordão conhecido “ Não julgueis, para que não sejais julgados. 

Quando o Senhor Jesus diz que alguém é hipócrita, Ele está julgando, está sentenciando alguém diante de uma circunstância. Essa consideração ou avaliação é final, porque Jesus não mente e nem falha.
Por outro lado, qualquer pessoa da igreja que estiver agindo de modo errado, deve ser duramente disciplinada.
I Timóteo 5.20: Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor.

O apóstolo Paulo confrontou até mesmo Pedro publicamente quando as ações dele comprometeram a liberdade do Evangelho (Gl 2.11-14). Paulo tratou publicamente com Himeneu e Alexandre quanto ao assunto referente a blasfêmia que cometeram (1 Tm 1.20)Ele tratou publicamente com Alexandre, o latoeiro, por suas atividades danosas (2Tm 4.14). Aqueles que abandonaram Paulo são citados por nome: Fígelo e Hermógenes (2 Tm 1.15).Paulo cita por nome dois obreiros de maneira negativa – Fígelo e Hermógenes – 2 Tm 1.15-18.

Seja em profecia, seja em estudos bíblicos, seja pregando, cantando, tudo, tudo que se manifesta na face da terra, usando o nome de Deus Pai e o nome do Senhor Jesus Cristo é necessário saber o espírito que está produzindo o ato, quem é a fonte do que está sendo manifestado.

O apóstolo Paulo, em toda a carta aos Gálatas, pela Palavra de Deus que está nele e nos ensina, julgou, todos aqueles que não vivem conforme a verdade do evangelho da graça (Gálatas 1.6-12).

Paulo exige o julgamento. Não é o bastante dizer que o servo de Cristo pode julgar. O discípulo de Jesus é obrigado a julgar! Às vezes, alguém na igreja terá que julgar outros irmãos para resolver problemas (1 Coríntios 6:1-5). Em geral, todos nós temos que julgar todas as coisas, retendo o bem e rejeitando o mal (1 Tessalonicenses 5:21-22). Para discernir entre essas coisas, é necessário crescer espiritualmente (Hebreus 5:12-14). As pessoas incapazes de julgar continuam como crianças, como pessoas carnais (1 Coríntios 3:1).

Assim, fica evidente que a Bíblia não oferece uma blindagem anticrítica a nenhum servo de Deus. É evidente que todo servo de Deus merece respeito, que merece ser honrado pelo trabalho que faz a Deus e ao próximo, porém, deve sempre estar aberto a críticas construtivas, deve assumir seus erros quando os comete e até mesmo deve aprender a abençoar os inimigos que criticam maldosamente assim como Jesus ensinou (Mateus 5:44). Não existe qualquer “maldição” de Deus colocada sobre as pessoas que de alguma forma questionam líderes. Infelizmente essa questão de não tocar nos ungidos de Deus, tem sido usado para encobrir os pecador de seus líderes e fazer terrorismo teológico para aqueles que buscam a verdade através das escrituras. 

Conclusão:

Os pastores não são “donos” do rebanho de Deus e por este motivo não podem tratar o rebanho de Deus de qualquer maneira e muito menos de maneiras que sejam abusivas.
Pastores, como diz o apóstolo Pedro, não passam de cooperadores submetidos ao Senhor Jesus que é chamado de Supremo pastor – ver 1 Pedro 5:4. O motivo porque o Senhor usa tão duras palavras foi expresso de forma perfeita pelo profeta Jeremias quando diz: “Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto! — diz o SENHOR – Jeremias 23:1.

Devemos entender que hoje não existe um clero, mas apenas dons dados à igreja, e que não existe na doutrina dos apóstolos um homem dirigindo uma congregação (o dom de pastor é universal, não local),  a igreja de hoje se libertariam desse jugo e das algemas de medo que esses líderes colocam.


Abaixo veremos videos que falam sobre o assunto:



Ed René Kivitz - Cobertura espiritual, "ungido do
Senhor" e disciplina na igreja.        




Ariovaldo Ramos - Não existe pastor ungido!!!



    http://www.vivos.com.br/387.htm





http://essenciadoevangelho.webnode.com.br/n%C3%A3o-toques-no-meu-ungido-/

http://igrejaredencao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1367:nao-toque-no-ungido-do-senhor&catid=17:pastoral&Itemid=114#.VwFMCPkrLIU

http://bereianos.blogspot.com.br/2010/06/as-igrejas-cristas-e-sua-tolerancia.html

Victor P. Hamilton, In: R. Laird Harris, Gleason L. Archer, Jr., e Bruce K Waltke. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2001.

Gerard van Groningen. Revelação Messiânica no Antigo Testamento. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.

A CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER. São Paulo: Cultura Cristã, 2003. 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

IGREJA ORGÂNICA X IGREJA INSTITUCIONAL, QUAL MODELO CONVÉM?

O objetivo do estudo sobre o assunto, não é dizer qual é o melhor modelo e o correto a seguir.
 Precisamos lutar sempre pela purificação daquilo que está errado dentro da Igreja, seja ela institucional ou orgânica.
Combatamos o pecado. Oremos contra os falsos mestres. Preguemos contra as heresias. Desmascaremos as doutrinas de demônios. Denunciemos os líderes abusadores.

Lembremos que a igreja são pessoas e como pessoas, são imperfeitas e continuará assim enquanto eu for membro dela.
Não deixa dúvidas quanto ao estado de imperfeição, corrupção, falibilidade e miséria em que a igreja militante se encontra no presente, enquanto aguarda a vinda do Senhor Jesus, ocasião em que se tornará igreja triunfante.

Seja qual for o modelo, deve ser uma igreja que se preocupe em agradar a Deus pregando o que a Bíblia ensina sobre a salvação. Mostrará a necessidade da fé, do arrependimento e do batismo para remissão dos pecados (Marcos 16:15-16; Atos 2:38; 22:16; Gálatas 3:26-27).

Não modificará a mensagem para agradar aos homens, mas sempre falará a sã doutrina. Paulo orientou Timóteo: “Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério” (2 Timóteo 4:2-5).


O QUE É IGREJA CONCEITO:


De acordo com site http://www.significados.com.br/igreja (Igreja), do latim ecclesia, é um templo cristão, é o local da pregação dos ensinamentos de Cristo, obedecendo os princípios da ética cristã.

Igreja é o conjunto de fiéis unidos pela mesma fé e que celebram as mesmas doutrinas religiosas.

Em sociologia Igreja é um grupo religioso organizado e institucionalizado. É uma sociedade cujos membros representam da mesma maneira o mundo sagrado e suas relações com o mundo profano. Como grupo, uma igreja abrange uma comunidade dos que creem e, geralmente um corpo de sacerdotes, hierarquizado ou não. Como instituição, a igreja representa um sistema de preceitos dogmáticos, ritos e crenças.

Algumas pessoas usam “igreja” para descrever um belo edifício no centro de uma praça proeminente. Outros a usam para descrever uma organização religiosa mundial, completa com regiões e distritos.


O QUE É UMA IGREJA INSTITUCIONAL?


Vamos ao dicionário: “instituição” é “organização, estrutura”.
Por essa definição, a Igreja institucional seria um agrupamento de cristãos em que a manifestação de seu relacionamento e culto a Deus se dá numa estrutura organizada. Eis o que caracterizaria uma igreja institucional: uma comunidade de pessoas que compartilham da mesma fé e que montam uma estrutura (com hierarquias, estatutos, liturgias etc) para que possam manifestar sua fé em Jesus Cristo de modo organizado.


O QUE É UMA IGREJA ORGÂNICA OU (IGREJA NAS CASAS)?

Ser orgânico é ser natural e não artificial ou superficial. Espontânea e não fabricada. Feita em casa, e não industrializada. De graça, e não comercializada. Onde todos são iguais como num organismo vivo, e não com hierarquias e cleros. Conteúdo natural, doméstico, e não artifícios e estratégias para domínio do povo. Alimento orgânico é saudável e não com agrotóxicos, venenos, conservantes e acidulantes. Orgânico é sustentável e não poluente ou contagioso. Orgânico é simples e não formalizado, cheio de dogmas e protocolos.

As perguntas de hoje, como seriam respondidas no passado?
" Se, no passado, alguém perguntasse para o apóstolo Pedro: Irmão Pedro, onde fica a sua igreja? Como Pedro responderia?"
Oportuna e sábia essa pergunta para ilustrar as considerações que serão apresentadas agora.
Você saberia como responder no lugar do apóstolo Pedro?

É comum as perguntas para nós, dentro do mesmo contexto:
Qual a igreja do irmão? Qual a igreja da irmã? Qual a sua igreja? Qual a doutrina da sua igreja?

Primeiro: não haveria a expressão "a sua igreja" na pergunta.
Segundo: não haveria a expressão "a minha igreja" na resposta.

No passado, quando perguntassem ao apóstolo Pedro, sobre a "sua igreja", a resposta, diante da Palavra de Deus, seria:

- Não tenho a minha igreja, mas, a Igreja do Senhor Jesus Cristo, única, está na face da terra e não tem nome de identificação, pois, é um corpo único mesmo espalhada em todo o mundo.

Os locais são diversos, mas, a igreja é a mesma e única. Até agora, que eu saiba, nenhum obreiro, bispo, pastor, presbítero, diácono, causou divisão, e separou ou arrastou parte do rebanho para si ensinando um "outro evangelho de um outro jesus".




Precisamos compreender que a igreja não é um edifício, um templo, uma construção ou um local para reuniões. Também não é uma instituição ou organização religiosa. Veja o que a bíblia diz:

Ef 1:22-23 “E sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés, e para ser cabeça sobre todas as coisas o deu à igreja, que é o seu corpo, o complemento daquele que cumpre tudo em todas as coisas.”

A Igreja é o CORPO DE CRISTO, do qual Ele próprio é o CABEÇA!

Rm12:4-5 “Pois assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma função, assim nós, embora muitos, somos um só corpo em Cristo, e individualmente uns dos outros.”

1Co12:12-23 “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo. Pois em um só Espírito fomos todos nós batizados em um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos quer livres; e a todos nós foi dado beber de um só Espírito.”

A igreja é o corpo de cristo, e nós somos membros desse corpo, ligados uns aos outros.

A Igreja é a parcela da humanidade que tem Jesus Cristo como O Cabeça, ou seja, como o Senhor de suas vidas. É o conjunto de TODAS as pessoas que são salvas e redimidas pelo sangue de Jesus. Que tem COMPROMISSO umas com as outras e com Deus. Pessoas que CREEM no Seu nome e OBEDECEM as Suas ordens.

Ef4:15-16“Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual o corpo inteiro bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, efetua o seu crescimento para edificação de si mesmo em amor.”

A igreja é a FAMÍLIA que Deus se propôs a ter segundo o seu beneplácito, segundo a sua vontade, segundo as abundantes riquezas da sua graça.

A igreja está classificada em duas partes:

Igreja Universal;


Igreja Local.

Igreja Universal – é a reunião de todos os santos em Cristo Jesus, pecadores que foram salvos pela Graça que juntos formam o corpo de Cristo. Ela também é conhecida como Noiva de Cristo. A igreja não é um local com muros, ela não é feita de tijolos, não é dominada por regras humanas, pois se o foco e o alvo é Cristo então vão obedecer somente a ele e a sua Palavra.

Características: 

· É sua Igreja. (e não nossa);

· É uma única Igreja (Jesus só tem uma Igreja, e não muitas)

· Edificada pelo próprio Cristo;

· Edificada sobre a Rocha (verdade espiritual) que é Jesus;

· Está fundamentada sobre a revelação de que quem é Jesus, o filho do Deus vivo;

· É triunfante sobre as portas do inferno;

· É Revestida de autoridade para ligar e desligar na terra e no céu.

Igreja Local - Igreja que fica em uma determinada localidade.


Características: 

· É composta de irmãos;

· É envolvida em áreas de disciplina;

· É suprida de um governo local;

· É um corpo definido do qual uma pessoa pode ser expulsa;

· É um corpo que tem poder para ligar e desligar no céu e na terra;

· É unida em fé e oração;

· É um grupo de pessoas identificadas com o NOME de Cristo;

· Um povo no qual Cristo promete estar.


Vejamos de forma mais específica as diferenças entre uma expressão orgânica de igreja e uma forma organizada (ou institucional) de igreja:

Na Igreja institucional, a forma precede a vida da igreja. A Igreja começa com clérigos, cargos, programas, rituais, etc. Já em uma expressão orgânica, a forma da Igreja deriva da vida Igreja, assim como a forma do corpo humano deriva da vida do ser humano.

A Igreja institucional se sustenta no ministério de um clérigo ou ministro profissional. Em uma expressão orgânica de Igreja, não há clérigos ou ministros.

Na Igreja institucional, o clero se empenha em entusiasmar os leigos. A Igreja orgânica não reconhece tal distinção de classes.

Na Igreja institucional, certas funções estão limitadas aos “ordenados”. A Igreja orgânica reconhece todos os membros como sacerdotes atuantes.

Na Igreja institucional, seus congregantes são mantidos passivos durante o culto de domingo. Na Igreja orgânica, todos os membros são encorajados a participar nas reuniões da Igreja.

Na Igreja institucional, os membros associam a Igreja a um prédio, uma denominação ou um culto (normalmente no domingo). Na Igreja orgânica, enfatiza-se que as pessoas não vão à Igreja. Elas (juntas) são a Igreja. Essa não é uma mera afirmação “teologicamente correta”. É a experiência de seus membros.

A Igreja institucional é unida em torno de um conjunto de costumes e doutrinas. A Igreja orgânica é unida em torno de Jesus Cristo. Não há nenhum outro critério para a comunhão.

A Igreja institucional é sustentada por programas. A Igreja orgânica se sustenta nas relações construídas em Jesus Cristo.

A Igreja institucional depende de finanças para sobreviver – seus gastos principais são com a manutenção de prédios e cargos assalariados. A Igreja orgânica não depende de edifícios. Não há clérigos assalariados. Os recursos financeiros são gastos com “os pobres entre vós” e em obras extra-locais.

Na Igreja institucional, a liderança é hierárquica. Na igreja orgânica, a liderança emana do Corpo. No início, apóstolos equipam a Igreja e, posteriormente, presbíteros emergem para juntos supervisionarem a comunidade.

Na Igreja institucional, as decisões são feitas por clérigos ou por uma junta de representantes eleitos. Na Igreja orgânica, decisões são tomadas coletivamente, em consenso.

Na Igreja institucional, o pastor é o líder e ministro da Igreja. Na Igreja orgânica, há uma pluralidade de pastores. Eles são homens dotados para cuidar do rebanho.

Na Igreja institucional, há uma forte ênfase na frequência dos cultos de domingo, na manutenção do edifício e no aumento das finanças. Na Igreja orgânica, a ênfase é buscar o Senhor Jesus Cristo coletivamente, em comunhão “cara a cara”. Todas as outras coisas nascem a partir desta experiência.

A Igreja institucional faz essencialmente a mesma coisa semana após semana, mês após mês, ano após ano – está atada a um ritual. A Igreja orgânica passa por fases. Não está atada a um ritual.

Na Igreja institucional, dons são vistos como cargos. Pessoas são colocadas nestes cargos desde o princípio. Na Igreja orgânica, dons não são vistos como cargos, e sim como funções. Eles emergem natural e organicamente com o tempo. Eles brotam da terra, e normalmente não carregam títulos.

Na Igreja institucional, é típico que os membros não se conheçam muito bem, e se vejam apenas semanalmente nos cultos da igreja. A Igreja orgânica é sedimentada na comunhão. Os membros são como uma família uns para os outros. Eles vivem uma vida compartilhada em Cristo.

NÓS SOMOS O TEMPLO:

1Co 3:16 Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?

1Co 6:19 Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o qual possuís da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?

A Igreja é formada por pessoas nas quais habita o Espírito de Deus. Assim, a Igreja é o templo de Deus. Deus habita na Igreja, nas pessoas. Onde quer que estejamos, carregamos conosco a presença de Deus!

Ef 2:19-22 Assim, pois, não sois mais estrangeiros, nem forasteiros, antes sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício bem ajustado cresce para templo santo no Senhor, no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito.

A IGREJA NAS CASAS:


A igreja que vemos no início do livro de Atos, formada por mais de 3.000 pessoas, não tinha salão de reuniões nem endereço, mas impactou a cidade com sua vida e se expandiu para o mundo todo. Como eles se reuniam? Como se edificavam? Onde se encontravam?

At 2:44-47 “Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, segundo a necessidade de cada um. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos.”

A Igreja se reunia no templo e nas casas. O templo aqui não era da igreja. Era o templo dos judeus, usado para os rituais judaicos e a igreja não podia entrar nele. Mas havia ali uma área externa, de livre acesso, semelhante a uma praça publica e os irmãos se encontravam ali para orar, proclamar e se edificar. Também se reunião nas casas, onde partiam o pão, oravam e se edificavam mutuamente.

Foi o Espírito Santo quem conduziu a Igreja para as casa, pois quando se iniciaram a perseguição a Igreja se espalhou por toda a região e quanto mais era perseguida, mais se espalhava, atingindo até a Ásia, Grécia, Acaia e outras regiões. Onde quer que fosse morar um cristão era pregado o evangelho, ganhava pessoas para Cristo e a Igreja crescia. Se eles estivessem apegados a um lugar, a um templo , talvez a história da igreja terminasse aí.

Em toda a bíblia não encontramos nenhum indício de construção de templos ou salões para as reuniões da igreja. Ela se reunia basicamente nas casas dos irmãos e em locais públicos.

At: 20:20 como não me esquivei de vos anunciar coisa alguma que útil seja, ensinando-vos publicamente e de casa em casa.

Rm 16:3-5;14-15 “Saudai a Prisca e a Áqüila, meus cooperadores em Cristo Jesus, os quais pela minha vida expuseram as suas cabeças; o que não só eu lhes agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios. Saudai também a igreja que está na casa deles. Saudai a Epêneto, meu amado, que é as primícias da Ásia para Cristo”. “Saudai a Asíncrito, a Flegonte, a Hermes, a Pátrobas, a Hermes, e aos irmãos que estão com eles. Saudai a Filólogo e a Júlia, a Nereu e a sua irmã, e a Olimpas, e a todos os santos que com eles estão.”

I Co 16:15-19 “Agora vos rogo, irmãos - pois sabeis que a família de Estéfanas é as primícias da Acaía, e que se tem dedicado ao ministério dos santos - que também vos sujeiteis aos tais, e a todo aquele que auxilia na obra e trabalha. Regozijo-me com a vinda de Estéfanas, de Fortunato e de Acaico; porque estes supriram o que da vossa parte me faltava. Porque recrearam o meu espírito assim como o vosso. Reconhecei, pois, aos tais. As igrejas da Ásia vos saúdam. Saúdam-vos afetuosamente no Senhor Aqüila e Prisca, com a igreja que está em sua casa”.

Cl 4:15 “Saudai aos irmãos que estão em Laodicéia, e a Ninfas e a igreja que está em sua casa.”



QUAL É A OBRA ESPIRITUAL DA IGREJA?


Cristãos trabalhando juntos: As assembléias da igreja são ocasiões para adorar o Senhor e edificar aqueles que participam. Podemos ver claramente a natureza espiritual das atividades das igrejas primitivas. Os santos oravam juntos (Atos 4:31; 1 Timóteo 2:1-2). Eles pregavam o evangelho (Atos 4:33). Eles se reuniam para participar da Ceia do Senhor (Atos 20:7; 1 Coríntios 11:17-34). Os cristãos primitivos louvavam a Deus e edificavam uns aos outros com salmos, hinos e cânticos espirituais (Efésios 5:19; Colossenses 3:16). De acordo com a instrução apostólica, os cristãos aproveitam as assembléias no primeiro dia da semana para recolher dinheiro, o qual será usado para fazer a obra de que Deus incumbiu à igreja (1 Coríntios 16:1-2). A Bíblia mostra que cada membro do corpo tem uma parte importante na edificação dos outros irmãos (Efésios 4:11-16). A missão de ensinamento do evangelho: A igreja, como “coluna e baluarte da verdade” (1 Timóteo 3:15), tem o privilégio e responsabilidade de espalhar o evangelho de Cristo. É abundantemente claro, no Novo Testamento, que esta era a alta prioridade na vida de Jesus e de seus seguidores.

Se somos verdadeiramente seus discípulos, essa será também nossa prioridade. A missão da igreja é espiritual:

Os cristãos têm o privilégio de propagar a mensagem de salvação do evangelho.Devemos partilhar da atitude expressada por Paulo: Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. (Romanos 1:16). É por isso que os cristãos primitivos de Jerusalém foram tão diligentes em seu trabalho. Precisamos primeiro dar-nos ao trabalho. Nossa missão hoje é a mesma que a missão dos tessalonicenses, que levavam diligentemente o evangelho às regiões próximas da Macedônia e Acaia (1 Tessalonicenses 1:8). As instruções que Paulo deu aos coríntios mostram que um propósito significativo de suas reuniões era convencer os incrédulos e edificar os santos (1 Coríntios 14:24-26).

QUAL É A OBRA MATERIAL DA IGREJA?
Enquanto a prioridade da obra da igreja é claramente espiritual, há também um aspecto material. Em Atos 4:32-37, os discípulos contribuíram para aliviar as necessidades dos santos. A igreja de Jerusalém ajudou as viúvas pobres de seu meio (Atos 6:1-2). Quando as necessidades dos santos excederam a capacidade da igreja local, outras congregações enviaram dinheiro para ajudá-los (Atos 11:29-30; Romanos 15:25-26; 1 Coríntios 16:1; 2 Coríntios 8:4; 9:1-2; etc.) Deste modo, as igrejas mais ricas ajudavam as mais pobres, demonstrando a verdadeira fraternidade do amor que deverá caracterizar as igrejas de Cristo.




O ponto importante quando pensamos no significado bíblico da palavra igreja é entender que fala de pessoas, e não de prédios. No uso popular, igreja pode significar edifício, mas no uso bíblico, nunca se refere a um local construído com blocos e cimento. O edifício é espiritual, e as pedras usadas na construção são os próprios cristãos. Com este entendimento, podemos evitar distorções populares. Uma igreja não precisa de “templo” ou “prédio” para ser real e legítima, precisa de pessoas! Evitemos, também, um outro extremo de alguns que ensinam que igrejas necessariamente se reúnem somente em casas. Enquanto algumas igrejas no Novo Testamento se reuniam nas casas de irmãos, não foi um padrão universal. Sabemos que uma igreja se reunia no Pórtico de Salomão (Atos 5:12), e outra em um cenáculo ou sala superior (Atos 20:8).

Igreja institucional que se preocupa mais com a estrutura do que com as pessoas é uma instituição falida. Uma igreja institucional que funciona como uma empresa para sustentar a família do pastor ou que em vez de conduzir a igreja que somos nós, a Jesus, nos distancia, tem sérios problemas de saúde. Uma igreja institucional que perdeu a espiritualidade, a simplicidade e o senso de discipulado é oca!

Em Atos 28: Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara, e recebia todos quantos vinham vê-lo; Pregando o reino de Deus, e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Salvador, sem impedimento algum.

Ser Igreja é estar unicamente ligado ao Redentor, não é ser evangélico. Nós não somos evangélicos, se evangélicos significa pertencer a uma denominação com códigos de leis humanas e líderes que se amontoam em uma convenção eclesiástica. Somos evangélicos, desde que o termo signifique ser do Evangelho, e propagar este Evangelho que é da Graça, isto é, não da lei, e é de graça, isto é, não comercializado.


"QUAL A IGREJA QUE JESUS VAI LEVAR PARA A SUA GLÓRIA?"


Ele vai levar a sua Igreja (Mt 16. 18), "igreja gloriosa, sem mácula, mas santa e irrepreensível", Ef 5.27. Os que se sentem vinculados genuinamente a essa Igreja, estejam seguros de que subirão com Cristo, respeitando o constante em Mateus 24.13.

Em nossa sociedade, a lealdade às igrejas toma o lugar da lealdade a Cristo. Algumas pessoas colocam a igreja acima de Jesus Cristo e servem a igreja acima de tudo. Estas pessoas pensam sobre seu serviço a Deus em termos de encontrar a igreja, juntar-se à igreja, e permanecer fiéis à igreja. Apostasia, para eles, é deixar a igreja. Em termos bíblicos, a igreja é simplesmente aqueles que estão seguindo a Jesus, a família de Deus. Nosso foco, ênfase, e lealdade são para com Cristo. Outras pessoas colocam a igreja entre Cristo e o homem, pensando nela como uma instituição através da qual Deus fala ao homem e o homem a Deus. Mas Cristo é o único mediador entre Deus e o homem (1 Timóteo 2:5). Eu não procuro Deus através da igreja; a igreja é o povo que está procurando seguir a Deus. É Cristo quem deve dominar nossas vidas, não a igreja.

Finalizo dizendo que as denominações são estruturas para ajudar a igreja que somos nós, a salvação através de Jesus, caso isso não aconteça ela não serve!


Fontes de pesquisa:





















artigo “Organizational vs. Organic” (por Frank Viola) na Revista Neue, Novembro 2009.






Artigo - Breve histórico – as comunidades cristãs primitivas.

3ª edição publicada em 2008 por Dennis Allan C. P. 60804 São Paulo.

Artigo- MIGRANDO DA IGREJA INSTITUCIONAL PARA A ORGÂNICA

Gerson Lima.

JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 Volume 17 / Número 2 EDIÇÃO PORTUGUÊS ATOS ( A IGREJA EM CASA).

- Luciano Silva - 
A IGREJA DE CASA EM CASA.