terça-feira, 30 de dezembro de 2014

DIVÓRCIO E NOVO CASAMENTO A LUZ DA BÍBLIA.


Este artigo tem como objetivo analisar os ensinos bíblicos sobre este assunto no Antigo e Novo Testamentos. Para isso, iniciaremos na Lei de Moisés, passaremos pelo período profético, incluindo o contexto histórico do povo judeu. Analisaremos as Escrituras neotestamentárias nos Evangelhos e abordaremos as traduções e interpretações das palavras hebraicas “repudiar” (“repúdio”), “termo de divórcio” (“divórcio”) e “carta de divórcio (“divórcio”) nos livros do Antigo Testamento e as palavras gregas equivalentes no Novo Testamento.

O conceito de indissolubilidade matrimonial é absoluto ou relativo no velho Testamento?

Como entender as palavras de Jesus a respeito do Divórcio?

Um novo casamento,é autorizado pela Bíblia para parte inocente numa traição conjugal? 

Não temos a pretensão de esgotar o assunto, mas somente somar para o Reino, através desta contribuição. Procuraremos mostrar os paradigmas, encarando estes temas sem preconceito, para adquirirmos um entendimento bíblico a respeito do casamento e assim, levá-lo a uma reflexão equilibrada e inclusiva em relação à pessoa divorciada, à luz da graça de Deus. 

O casamento deve procurar ser conhecido, entendido e vivido conforme a Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus. Cada pessoa, antes ou depois de Cristo, viveu ou vive situação particular em questão de relacionamento conjugal e, se for para saber e aceitar somente a vontade do Senhor e Deus, será necessário estar buscando em orações, pois, Ele jamais faltará com a resposta e conselho perfeito para cada coração. 

CASAMENTO E DIVÓRCIO NO ANTIGO TESTAMENTO.

Devemos estudar esse tema à luz de suas origens, pois é necessário conhecer as conjunturas sociais, política e religiosa na qual essa questão estava inserida. Quando Jesus se refere a esta matéria nos Evangelhos, Ele se refere à Lei oficial de Israel, dada por Deus a Moisés, cerca de quatorze séculos atrás.

No Israel antigo, a família tinha sua origem no casamento entre um homem e uma mulher e era a base vital da sociedade, a pedra fundamental de todo edifício. Nos primeiros tempos ela formava até mesmo uma entidade separada sob o ponto de vista da lei. A família não era apenas uma entidade social, mas também uma comunidade religiosa. 

As pessoas se casavam cedo em Israel. Geralmente o homem se casava aos dezoito anos de idade e meninas eram casadas no momento em que estivesse fisicamente aptas para isso, o que segundo a Lei, era aos doze anos e meio. (DANIEL-ROPS, 2009 p. 137).

O REPÚDIO E O DIVÓRCIO NA LEI MOSAICA.

Na Torá, em Deuteronômio, Deus institui, através de Moisés o termo de divórcio, para evitar que se perpetuem as injustiças contra a mulher que se mostrava fragilizada e indefesa no relacionamento conjugal.

“Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável aos seus olhos, por ter ele achado coisa indecente nela, e se ele lhe lavrar um termo de divórcio, e lho der na mão, e a despedir de casa; e se ela, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem;” (Dt 24.1,2) “Achado coisa indecente nela”. O repúdio e, consequentemente, a carta de divórcio podia ser por qualquer motivo, inclusive fútil, como a mulher ter feito uma comida ruim ou, simplesmente, que outra mulher agradasse mais o marido.

A formalidade do repúdio era simples: o marido fazia uma declaração contrária à que tinha estabelecido o casamento: “Ela já não é minha esposa e eu já não sou mais seu marido”. (Os 2.2) (VAUX, 2004 p. 57).

OBSERVAÇÕES SOBRE ESTA LEI MOSAICA.

Há algumas questões que precisam ficar bem claras em nossa mente quanto a esta Lei Mosaica, caso contrário, não entenderemos mais adiante o que o Senhor deseja ensinar na questão do divórcio.

As questões são as seguintes:

1-Quem autorizou esta Lei em Israel?

R- No capítulo 12, Moisés começa a relatar o que ele mesmo chama de “são estes os preceitos e os estatutos que tereis cuidado em observar na terra que o Senhor Deus de vossos pais vos deu para a possuirdes por todos os dias que viverdes sobre a Terra” (Deuteronômio 12:1). 

Notamos aqui que Moisés foi quem ensinou estes estatutos. Ele irá falar destes estatutos desde este Capítulo 12, verso 1, até Deuteronômio 31:13.

2- A lei sobre o Divórcio está dentro destes estatutos “oficiais” da nação de Deus daquele tempo. Com que autoridade Moisés apresentou-as diante do povo de Israel?


R- “Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os preceitos que o Senhor teu Deus mandou ensinar-te, a fim de que os cumprisses na terra a que estás passando para a possuirdes, para que temas ao Senhor teu Deus, e guardes todos os Seus preceitos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida, e para que se prolonguem os teus dias”. (Deuteronômio 6:1-2).

Foi Deus quem deu a Lei do Divórcio e Moisés somente apresentou-a perante o povo conforme a vontade do Senhor. Isto é indiscutível!


3- O que a Lei do Divórcio permitia que se fizesse? mostraremos cinco aspectos:

a) A Lei do Divórcio permitia que somente o homem expulsasse a mulher de sua casa. Ele não podia abandoná-la, mas podia expulsá-la em conformidade com a lei que Deus mesmo havia dado;

b) A Lei do Divórcio permitia ao homem casar com uma mulher, e depois, ao começar a conviver com ela, mandá-la embora se achasse em qualquer tempo alguma coisa vergonhosa nela. Tal coisa vergonhosa ia desde a falta de dentes até encontrar ele outra que lhe parecesse mais bonita;

c) A Lei do Divórcio permitia ao homem mandar a mulher embora de sua casa dando-lhe uma Carta de Divórcio (o que exigia a presença de duas testemunhas ). O mandar embora era chamado de repúdio;

d) A Lei do Divórcio permitia à mulher, quando realmente possuidora da Carta de Divórcio e expulsa de casa, casar-se com outro homem. Evidentemente, o homem que a mandou embora poderia também se casar de novo. O próprio Deus deu autorização para que um novo casamento fosse contraído dentro dessa lei, segundo claramente estabelece o texto deuteronômio. Tal lei previa, inclusive, que se a mulher fosse casada, depois expulsa, podia casar-se de novo. E se expulsa novamente, mais uma vez tinha permissão de se casar, e assim sucessivamente. Esta situação foi exatamente aquela em que se achava a mulher samaritana, que, encontrando-se com Jesus, ouviu Dele estas palavras: “Disseste bem: Não tenho marido; porque cinco maridos já tiveste, e o que está contigo agora não é teu marido; isso disseste com verdade” (João 4:17-18);

e) A Lei do Divórcio dava essa liberdade de separação somente numa situação muito clara, e pode ser assim identificada no texto: “se ela não achar graça aos seus olhos, por haver ele encontrado nela coisa vergonhosa, far-lhe-á uma Carta de Divórcio e lha dará na mão e a despedirá de sua casa”. (Deuteronômio 24:1). Atentemos a este ponto a seguir, com maior atenção.

5- O que significa exatamente esta expressão--“se ela não achar graça aos seus olhos, por haver ele encontrado nela coisa vergonhosa?”

Notemos que esta era a condição para se despedir a mulher de casa com uma Carta de Divórcio. Não havia outra condição permitida por Deus. O homem era absoluto nesta questão. Ele é quem decidia se a mulher possuía ou não “graça aos seus olhos”, e ele é quem avaliava se a mulher tinha ou não “coisa vergonhosa”. 

6- O que era esta coisa vergonhosa?

Alguns dizem que era adultério. Mas esta possibilidade é simplesmente descartável, porque se uma mulher fosse adúltera, o marido não daria a ela uma Carta de Divórcio, mas faria o seguinte: levaria a mulher ao exame dos anciãos e sacerdotes de Israel, diante do pai dela e, confirmando-se que a mulher era sem virgindade antes do casamento, seria apedrejada até a morte (cf. Deuteronômio 22:13-21); 

Há ainda outro caso de adultério. Alguns valem-se dele sem aviso escriturístico, e sem esta necessária base argumentam que “coisas vergonhosas” poderia referir-se ao adultério da mulher com outro homem, depois de ela estar casada. Isto também é incorreto, pois, se a mulher já casada adulterasse, o marido não lhe daria Carta de Divórcio, mas a entregaria ao apedrejamento até à morte, consoante ensinado em Deuteronômio 22:22. Nestes casos, o apedrejamento era também aplicado ao homem com quem ela estava adulterando.

7- Então, o que eram estas “coisas vergonhosas”, que tiravam a “graça da mulher diante do seu marido” e habilitava-o a mandá-la embora com a Carta de Divórcio?

No livro Divórcio e Novo Casamento, o Professor Guy Duty insere a seguinte citação: 

“O Dr. Alfred Edershein disse que esse conceito de impureza ‘abrangia quaisquer atitudes impróprias, tais como andar com o cabelo solto, girar na rua, conversar com outros homens com demasiada familiaridade, maltratar os pais do marido em presença deste, gritar, isto é, falar com o marido em voz tão alta, de modo que o morador da casa vizinha a escute, reputação má em geral, ou a descoberta de fraude anterior ao casamento’”. 

Eis aí a questão em tons claros. Se o homem, por exemplo, verificasse que a mulher, depois do casamento, era uma faladeira e linguaruda, poderia mandá-la embora, pois ela o envergonhava com sua língua. Ele lhe dava a Carta de Divórcio, onde exporia a razão da mesma, e duas testemunhas “assinavam” a questão. Ela era expulsa de casa e ele podia ir atrás de outra mulher. Igualmente, ela podia também ir atrás de outro homem que conseguisse arranjar. 

Quem inventou isto foi Deus, e não Moisés. Era um mandamento para que Israel pudesse viver longamente todos os seus dias na terra que Deus mesmo lhe dava. O Senhor Jesus ensinou que “pela dureza de vossos corações ele (Moisés) vos deixou escrito este mandamento” (Marcos 10:5). 

“Na época que Jesus pronunciou aquelas palavras promulgando sua nova Lei do divórcio em Mateus 5:32, o problema do divórcio estava aceso na Palestina. Na História Judaica, essa questão é conhecida como a disputa de Hillel e Shammai. . . . Hillel ensinava que um judeu poderia divorciar-se da esposa por qualquer motivo. Shammai defendia a idéia de que o divórcio só era legal por causa de fornicação. A disputa, debatida de norte a sul naquela terra, revolvia em torno do qualquer motivo de Hillel e do motivo único de Shammai. 

Quando Jesus se pronunciou sobre esta disputa teológica, Sua preferência foi pela posição de Shammai que apresentava como “único motivo” legítimo para o divórcio o adultério. Muito embora Cristo tenha sido mais abrangente que Ele, como numa terceira posição, ou seja, Cristo não disse que o “único motivo” é o adultério, mas disse: “exceto em caso de infidelidade” – e infidelidade é mais do que simplesmente adultério. 

Poderia ser o abandono do lar por um dos cônjuges, a traição de um dos dois em relação a muitos aspectos da vida (financeiro, social, etc.), o que caracterizaria, com certeza, uma dimensão muito mais abrangente do adultério, se o considerarmos como um ato de infidelidade.

O REPÚDIO E O DIVÓRCIO NOS PROFETAS E EM ESDRAS

Primeiro Jeremias explica a Israel (Reino do Norte) o conceito de repúdio, divórcio e novo casamento à luz da Lei (Jr 3.1), depois ele fala do repúdio e divórcio que efetivamente Deus fez com Israel, devido à sua infidelidade espiritual. “Quando por causa de tudo isto, por ter cometido adultério, eu despedi a pérfida Israel e lhe dei carta de divórcio. Vi que a falsa Judá, sua irmã, não temeu; mas ela mesma foi e se deu à prostituição.” (Jr 3.8) Israel foi “divorciada” por estar sendo deportada pela Assíria (722 a.C.), um exílio do qual ela jamais retornou. (GENEBRA, 2007 p. 864).

Em Isaías, quando Judá (Reino do Sul) foi para o Exílio Babilônico, o Senhor demonstra toda sua coerência a respeito de ter repudiado Judá, mas contudo não expediu a carta de divórcio. Se isso tivesse acontecido, Judá jamais teria retornado. (GENEBRA, 2007 p. 843) “Assim diz o Senhor: Onde está a carta de divórcio de vossa mãe, pela qual eu a repudiei? Ou quem é o meu credor, a quem eu vos tenha vendido? Eis que por causa das vossas iniquidades é que fostes vendidos, e por causa das vossas transgressões vossa mãe foi repudiada.” (Is 50.1).

Logo que o povo judeu voltou do exílio babilônico, por volta de 538 a.C., o sacerdote Esdras promoveu uma rejeição coletiva (repúdio coletivo) das muitas mulheres estrangeiras que se casaram com os judeus que estavam na palestina e segundo a Lei (repúdio mais a carta de divórcio) Ed (10.1-3). 

Malaquias ensina que o casamento faz dos cônjuges um só ser, e que o marido deve sustentar o juramento feito à sua companheira através do casamento, pois escreve:

casamento, pois escreve: 

“Porque o Senhor, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio e também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o Senhor dos Exércitos; portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis.” (Ml 2.14-16). 

As palavras hebraicas nos livros do Antigo Testamento para “repúdio”, “repudiar”, “termo de divórcio” e “carta de divórcio”, de acordo com o texto original hebraico da BÍBLIA HEBRAICA STUTTGARTENSIA (BHS), traduzidas em português por João Ferreira de Almeida, versão REVISTA E ATUALIZADA, são: 

xL;v; (shallach) – Repúdio (Ml 2.16) – “Porque o Senhor, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio...” (odeia o “shallach”).

XL;v;y> (yeshallach) – Repudiar (Jr 3.1) – “Se um homem repudiar sua mulher…” (Se um homem “yeshallach” sua mulher...) 

ttuyrIK. rp,sE (sefer kerithuth) – Termo de divórcio (Dt 24.1) – “... e se ele lhe lavrar um termo de divórcio, e lhe der na mão, e a despedir de casa;” (... e se ele lhe lavrar um “sefer kerithuth”, e lhe der na mão, e a despedir de casa;)

h::"yt,,tuyrIIK. rp,,sE-taE (ʼeth-sefer kerithutheyah) – Carta de divórcio (Jr 3.8) – “... eu despedi a pérfida Israel e lhe dei carta de divórcio,...” (... eu despedi a pérfida Israel e lhe dei “ʼeth-sefer kerithutheyah”,...)

Fonte: BibleWorks 7 e 8.

As palavras repudiar e divorciar tem o mesmo sentido?

Devemos fazer distinção entre as palavras “repudiar” e “divorciar”, pois são diferentes e possuem significados distintos. No contexto do Antigo Testamento, existiam mulheres repudiadas (mandadas embora) e que não recebiam a carta de divórcio, portanto, pela Lei, elas não eram consideradas divorciadas, ou seja, não eram legalmente separadas dos seus maridos. Como exemplo podemos citar:

Em 1Cr 8.8 Saarim repudiou (“shallach”) suas duas mulheres Husim e Baara, mas o texto não fala sobre ele ter dado a elas as cartas de divórcio, como previa a Lei em Dt 24.1. No entanto, em Jr 3.8 fala que o próprio Deus dá o exemplo de separação plena, pois despediu (repudiou) (“shallach”) a pérfida Israel e lhe deu a carta de divórcio (et-sefer kerithutheyah). A falta de entendimento destes conceitos pode gerar muita confusão de interpretação das Escrituras a respeito desta matéria.


Para entendermos de maneira eficaz os ensinos de Jesus nos Evangelhos, muitas vezes, devemos contextualizá-los com o conhecimento do Antigo Testamento, bem como na língua hebraica original em que ele foi escrito, pois Jesus era judeu e estava inserido nesse meio, quando do seu ministério. 

Analisaremos os vocábulos “repúdio” e “divórcio” utilizados em hebraico e que possuem seus correspondentes no grego do Novo Testamento. Estas palavras gregas foram também utilizadas por Jesus nos Evangelhos. Os significados destes termos estão de acordo com o texto original hebraico da BÍBLIA HEBRAICA STUTTGARTENSIA (BHS), traduzidos em português por João Ferreira de Almeida, versão REVISTA E ATUALIZADA, são: 


xL;v; (shallach) - Repudiar ------ avpolu,w (apolúo) - Repudiar 

(repúdio) (repúdio) 

ttuyrIK. (kerithuth) - Divórcio ------ avposta,sion (apostásion) – Divórcio

O verbo hebraico “shallach” que teve sua tradução plena para o português como “repudiar” (repúdio). O verbo grego “apolúo”, pelo critério numérico não se sustentou na sua tradução como “divorciar”. Sua sustentação se deu como “repudiar” (repúdio), concordando inteiramente com a tradução para o português de João Ferreira de Almeida na versão REVISTA E ATUALIZADA (1996). Decorrente disso, o verbo hebraico “shallach” (repudiar), utilizado no Antigo Testamento, possui seu correspondente no grego do Novo Testamento “apolúo” (repudiar).

Finalmente, analisamos a palavra hebraica “kerithuth” que teve sua tradução para o português, por unanimidade de sentido, como “divórcio”, expressando ainda a ideia de um documento. A palavra grega “apostásion” teve sua tradução de forma absoluta como “divórcio”, expressando também a ideia de um documento. 

Portanto, a palavra hebraica “kerithuth” (divórcio), utilizada no Antigo Testamento, possui sua correspondente no grego do Novo Testamento como “apostásion” (divórcio).

Passaremos agora a tratar da exegese de textos bíblicos, relacionados ao assunto, utilizados por Jesus. No contexto histórico do Novo Testamento, “apolúo”, no sentido de relacionamento conjugal, significa deixar de lado, mandar embora, “repudiar” e podemos afirmar que não representa tecnicamente divórcio, ou seja, não representa o termo técnico para divórcio.

Se um homem repudiasse “apolúo” sua esposa, sem se incomodar de dar-lhe a carta de divórcio “apostásion”, ninguém iria se opor a ele, dentro daquela cultura judaica. Muito menos, a pobre mulher repudiada. Mas Jesus contestou e disse: “É mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til sequer da Lei. Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério; e aquele que casa com a mulher repudiada pelo marido também comete adultério”. (Lc 16.17,18).

A diferença entre “repudiar” e “divorciar” (no grego “apolúo” e “apostásion”) é grande. “Apolúo” apontava que a mulher era escrava, repudiada, sem direitos, sem recursos, roubada nos seus direitos básicos do casamento monogâmico. “Apostásion” queria dizer que a separação se consumava, podendo haver um novo casamento legal, posteriormente. O papel fazia toda diferença. A mulher que tinha sido mandada embora, poderia se casar novamente com outro homem, como a Lei dizia em Dt 24.2. Essa era a Lei.

Jesus falou ainda:

“Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério.” (Mt 5.31,32).

Para entendermos essa passagem, precisamos compreender bem o termo grego traduzido por “relações sexuais ilícitas”. Este vocábulo citado por Jesus refere-se a palavra “porneías”, que aponta qualquer relação sexual fora do casamento, ou seja, em que não há envolvimento de pessoas casadas legalmente. Este termo não pode ser confundido com “adultério”, pois a palavra grega exclusiva para isso é “moikeía”. Neste caso específico, Ele se referia a qualquer tipo de promiscuidade praticada.

Logo, o que Jesus estava dizendo é que: “Qualquer que repudiar sua mulher e não obedecer os preceitos legais do divórcio, não pode ter o reconhecimento legítimo da dissolução do seu casamento, portanto, expõe (sua mulher) a tornar-se adúltera, (visto que ela, oficialmente, ainda é casada) e quem casar com a repudiada comete adultério, pois ela ainda se encontra casada.” Exceto em caso de “relações sexuais ilícitas” (“porneías”), ou seja, quando houve envolvimento sexual, sem um casamento formal. Neste caso, se não existiu um casamento legítimo, não há o que se falar em adultério “moikeía”, pois a união formal não existiu (esse relacionamento está na ilicitude).

Então nestes casos, o repúdio é naturalmente aceito, sem o cônjuge daquele relacionamento incorrer em adultério, mesmo não havendo uma separação legal. Esta é a exceção citada por Jesus. 

Se verificarmos todas as passagens do Novo Testamento, podemos perceber que Jesus não se pronunciou a respeito de divórcio (“apostásion”) e novo casamento e deixou em aberto esta questão. A palavra “apostásion” aparece somente três vezes nos Evangelhos em Mt 5.31; 19.7 e Mc 10.4 e todas estas citações de Jesus estão no tempo passado. Após Jesus dizer “Eu, porém, vos digo...” nunca aparece a palavra divórcio (“apostásion”). Portanto, não houve nova orientação sobre esta matéria.

Um divórcio (“apostásion) é consequência de um repúdio (“apolúo”). Jesus falou sobre o repúdio, mas a respeito do divórcio, intencionalmente, Ele não se pronunciou.

A versão mais antiga da Bíblia em português é a tradução de João Ferreira de Almeida. Em sua versão ARA*, sempre usou o verbo “repudiar”, para todas estas passagens do grego original.

Para ilustrarmos a importância do significado correto da tradução destas palavras, utilizaremos o texto do Evangelho de Marcos. No contexto do Novo Testamento e por conseguinte, desta passagem, existia uma disparidade muito grande entre o homem a mulher na área conjugal. Jesus exigiu que fosse cumprida a Lei e estabeleceu os mesmos direitos para ambos.

Jesus disse: “Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra aquela”. (Mc 10.11). 

Neste caso, o pecado de adultério recaía sobre os homens, que na prática não aceitavam ser inclusos como adúlteros, por praticarem o repúdio (“apolúo”) sem expedir a carta de divórcio (“apostásion”) e contraírem, mesmo assim, novos casamentos. Jesus inseriu, neste episódio, todos homens, que fossem encontrados nestas condições, a tornarem-se réus de adultério, tanto quanto a mulher já o era. Pois, Jesus sempre teve como padrão a justiça e a igualdade entre o homem e a mulher.

Os discípulos, que eram judeus na, religião e culturalmente possuíam este mesmo pensamento, ficaram estarrecidos e reagiram a essas declarações de Jesus e disseram-lhe: “Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar”. (Mt 19.10).

A Carta de Divórcio dos Judeus na Família de Jesus?

Quantos de nós já pararam para considerar que José, “pai adotivo” de Jesus, ia se divorciar de Maria? Eis o que diz a Escritura:

“Mas José, seu esposo, sendo justo e não querendo a infamar, resolveu deixá-la secretamente” (Mateus 1:19).

Ora, o que tornava José justo? A atitude do coração de José era justa. Ele não desejava infamar a pessoa de Maria, pois pensou que ela havia sido infiel, contudo não desejava vê-la apedrejada.

Ora, se José, deixa-se Maria, seguindo a lei, seria considerado um homem justo em Mateus 1:19, por que em Mateus 5:32 e 19:9, deixar a mulher por motivo justo (adultério, por exemplo) seria uma atitude injusta? Eis aqui uma questão que os pregadores da “indissolubilidade do casamento” terão muita dificuldade de explicar.

Temos que entender que, pelo relato de Mateus 1:18-25 e Lucas 1:26-38, José só acreditou que Maria, sua mulher, estava grávida pelo Espírito de Deus porque um anjo do Senhor lhe apareceu e confirmou isto. Caso não houvesse esta intervenção sobrenatural, ele consideraria a sua mulher uma “adúltera”. Isto o tornava justo--repudiá-la secretamente para que ela não fosse considerada uma prostituta. Ou seja, ele diria que ela era sua mulher, só que não ficaria morando com ela como os casados normalmente agem. E é claro que se ela aparecesse grávida, mas não estivesse sob sua guarda, explicações seriam solicitadas, o que redundaria no apedrejamento de Maria.

Isto prova que o divórcio não era, nos dias de Jesus uma coisa errada. Ao contrário, por ser determinado pela Lei de Moisés, quem lhe obedecia aos ditames era chamado de “justo”.


Em Romanos 7:1-3 e diz o seguinte:

“Ou ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que ele vive? Porque a mulher casada está ligada pela lei a seu marido enquanto ele viver, mas, se ele morrer, ela está livre da lei do marido. De sorte que, enquanto viver o marido, será chamada adúltera, se for de outro homem; mas, se ele morrer, ela está livre da lei, e assim não será adúltera se for de outro marido”.

Alguns entendem erroneamente que este texto apresenta a indissolubilidade do casamento, aconteça o que acontecer. Mas, para os que possuem perfeito entendimento, basta ler este texto em relação com Mateus 5:32 e 19:9, depois Deuteronômio 24:1, 2 e verificar que Paulo evidentemente está tratando da Lei de Moisés. Uma lei que dada por Deus concedia ao homem o direito de divorciar-se e repudiar a mulher quando quisesse, mas não dava à mulher direito algum.

Assim pela lei a mulher só poderia deixar o marido se ele lhe desse Carta de Divórcio. Sem tal Carta, se ela se casasse com outro homem, seria adúltera. Mas, lendo Deuteronômio 24:1, 2, vê-se que se ela tivesse a Carta não seria adúltera.

Em 1º Coríntios 7:27 e verifique-se o seguinte:

“Estás ligado a mulher? Não procures separação. Estás livre de mulher? Não procures casar-te”.

O que está claro aqui neste verso?

R- Que separação é o contrário de casamento, ou seja: divórcio e repúdio.

Agora, o verso a seguir diz:

“Mas, se te casares, não pecaste” (1º Coríntios 7:28).

Por que Paulo não disse para que o separado não se casasse?

R- Por que Paulo sabia que se uma pessoa estivesse “livre de um cônjuge”, pelas razões que já demonstramos justificar o divórcio, poderia optar por se casar ou não.Ele explica porque julga melhor que ficassem solteiro:


“Todavia estes padecerão tribulação na carne e eu quisera poupar-vos”. (1º Coríntios 7:28).

R- Ora, Paulo diz que a razão para não se casar (não importa se fosse pela primeira vez ou segunda) era a “tribulação” que se passa na vida de casado e para ele era melhor ficar solteiro e servir somente ao Senhor, como ele mesmo declara em 1º Coríntios 7:29-38. 

O Senhor Jesus falou exatamente disto em Mateus 19:9-12. Eis as Suas expressões:

“Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada, comete adultério. Disseram-lhe os discípulos: Se tal é a condição do homem relativamente à mulher, não convêm casar. Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem aceitar esta palavra, mas somente aqueles a quem é dado. Porque há eunucos que nasceram assim; e há eunucos que pelos homens foram feitos tais; e outros há que a si mesmos se fizeram eunucos por causa do Reino dos Céus. Quem pode aceitar isso, aceite-o”.

Está mais do que claro, comparando estas orientações de Jesus com as de Paulo, que o homem que se torna eunuco não é um homem casado, mas um homem solteiro.

Na orientação de Paulo, um homem que for solteiro, poderia sê-lo por naturalidade (nunca se casou) ou por divórcio. Os israelitas entendem que a mulher estará separada do marido somente por duas razões: a morte ou a Carta de Divórcio.

Agora, porém, o Senhor diz que a Carta de Divórcio não poderá mais ser dada nas condições de Moisés, isto é, “por qualquer motivo”, mas somente nos casos de infidelidade.

Os discípulos acham isto um mau negócio. Então Jesus lhes dá uma opção, que é a mesma de Paulo: “fiquem como eunucos”. Já que não querem viver com uma mulher fiel à vida de casada, exatamente como Deus criou o casamento, já que desejam ficar trocando de mulher como quem troca na sociedade moderna de carro (pois isto era possível em Israel), saibam que não será mais permitido. Só há esta permissão se houver “infidelidade”. E os discípulos acharam isto um mau negócio, pois o Senhor na verdade estava dando à mulher uma dignidade que ela nunca havia possuído em nenhum momento da História depois do erro de Eva.

Em Marcos 10:10 a 12:

“Em casa os discípulos interrogaram-no de novo sobre isso. Ao que lhes respondeu: qualquer que repudiar sua mulher e casar com outra, comete adultério contra ela; e se ela repudiar seu marido e casar com outro, comete adultério”.

Eis aqui um texto que não poderá ser analisado sozinho. Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas são chamados de Sinóticos, exatamente porque devem sempre ser analisados em conjunto. Nunca se analisará este texto isolado de seu paralelo em Mateus, o que já temos apresentado amplamente. Ambos os textos são inspirados. Ambos os textos são uma benção. O enfoque de Marcos é mais genérico e o de Mateus específico. Os leitores de Marcos são gentios e o seu texto original estava em grego koiné. Já os leitores de Mateus são israelitas e o texto original está em hebraico. Lendo-se Marcos 10:1-12 em comparação com Mateus 19:1-12, encontraremos em Mateus as mesmas coisas que Marcos diz, só que tendo alguns acréscimos que este faz para maior entendimento do assunto. 

O argumento de que as expressões que indicam as exceções que existem nas Escrituras para as questões de divórcio nas declarações foram forjadas são simplesmente irrespondíveis. Se fôssemos acreditar nisto, seria melhor então, jogar a Bíblia inteira na lata do lixo. 

Um crente não está obrigado a viver com uma pessoa maníaca sexual, tarada, violenta, traidora, infiel ou adúltera. E ao deixar de estar ligada com este tipo de pessoa que está carregada de infidelidade, está na verdade dando valor ao padrão de santidade que as Escrituras ensinam e que podemos conhecer em Romanos 12:1-3 e 1 Coríntios 6:15-20. Diz a Escritura que “não sois de vós mesmos”.

Segundo Professor Duty: “O texto de Hebreus 7:22 e 8:6 afirma que Cristo deu à humanidade uma ‘aliança superior’ à de Moisés; contudo Moisés, tendo uma aliança inferior, executava adúlteros e criminosos sexuais, e libertava o cônjuge inocente para casar-se de novo. Portanto, se a aliança superior exige que o inocente se torne ‘uma só carne’ com criminosos sexuais, então nos parece que Moisés ofereceu ao cônjuge inocente uma situação mais justa”. 

Se há motivos justos para se divorciar, então não podemos nos opor ao mesmo, embora lamentemos como Deus o fez e faz.

Qual a causa que permite o divórcio?

R- A infidelidade de um dos cônjuges em qualquer nível ou área da vida, e não somente o adultério. 

Um texto bastante usado pelos defensores do casamento como forma indissolúvel em todas as circunstâncias é o de Malaquias 2:16.
“Porque o Senhor Deus de Israel diz que odeia o divórcio”

Este é outro texto que se usa sem consultar os demais textos, pois o fato de Deus odiar o divórcio não significa que não o tenha aceitado e permitido. O texto deve ser analisado à luz de Deuter. 24:1, 2 onde o próprio Deus estabeleceu o divórcio como um mandamento, como já demonstramos.

Além do mais, devíamos analisar o contexto da passagem onde Deus diz que odeia o divórcio. Estas palavras que transcrevemos mostram que Deus odeia todo tipo de divórcio. Os que a usam para pretender uma doutrina, quebram toda a base de entendimento das Escrituras, ou seja, tomam um texto isolado e lhe dão total poder de definição em uma questão.

Onde está a regra do contexto? Onde está a regra do texto?

R- Observemos o contexto e o texto: “Porque o Senhor tem sido testemunha entre ti e a mulher de tua mocidade, para a qual procedeste deslealmente, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança. . . . Pois Eu detesto o divórcio (odeio), diz o Senhor Deus de Israel, e aquele que cobre de violência o seu vestido; portanto cuidai de vós mesmos, diz o Senhor dos exércitos; e não sejais infiéis . . .”. (Malaquias 2:14, 16).

Examinemos as Escrituras, mas erramos em não fazê-lo corretamente. O divórcio é algo que Deus odeia, detesta, abomina, porque é fruto do quê?

R- Deslealdade, infidelidade e imoralidade. Não é e nunca foi o Plano de Deus que as pessoas que se casam se divorciassem. Mas em Deuteronômio 24:1, 2 e Mateus 19:9 e 5:32 Ele concordou que seria permitido e autorizou. Esta autorização, porém, não significa que Ele estivesse contente e alegre. Deus nunca apoiou a deslealdade de israelitas que se divorciavam de suas esposas “inocentes e honradas”. Não se está considerando o direito de todo israelita divorciar-se por adultério da esposa ou infidelidade dela. Nunca nos esqueçamos que a mulher não tinha muitos direitos na sociedade israelita: ela não podia repudiar o marido, só ele poderia repudiá-la dando Carta de Divórcio.

Outro texto interpretado de forma errada seria Marcos 6:18 e que diz:

“Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão”.

Leia Levítico 18:16 e 20:21 para verificar-se que em Israel não era realmente lícito que um irmão casasse com a cunhada enquanto o irmão dele vivesse. 

Herodes, repreendido por João Batista, estava com a mulher de seu irmão estando este ainda vivo! Isto era claríssimo adultério. Onde está escrito isto? 

R- use-se a regra da análise sinaítica e verificar-se-á esta verdade:


“Pois Herodes havia prendido a João e, maniteando-o, o guardava no cárcere, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe; porque João lhe dizia: ‘Não te é lícito possuí-la. E queria matá-lo, mas temia o povo; porque o tinham como profeta”. (Mateus 14:3-5).

Leia Marcos 12:18-22 em conformidade com sua base de referência em Deuteronômio 25:5-12. Note-se que um irmão tinha a obrigação de casar-se com a mulher de seu irmão e fazer um filho nela, caso este irmão antes de morrer não tivesse tido nenhum descendente. Ora, Herodes certamente poderia ter tido relações sexuais com Herodias se este fosse o caso e o profeta João Batista não arriscaria a sua cabeça denunciando uma coisa que era obrigação de qualquer israelita nas condições especiais que aqui apresentamos.
Isto é suficiente para explicar o caso. E mesmo que o irmão de Herodes houvesse morrido, contudo tivesse algum “filho homem” pelo qual fosse chamada a sua descendência, então ainda assim Herodes estaria errado, pois a lei só lhe permitia tocar na cunhada se o irmão fosse morto e sem filho homem. Este caso isolado não serve nem para referência! 

Mais um texto usado de forma errada para mostrar indissolubilidade do casamento na negativa de divórcio e novo casamento é este: (1 Timóteo 3:2).

“É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher”.


R- O texto não trata de adultério e nem de novo casamento. É uma ordenança para os que desejam ser pastores. O problema aqui em questão é a bigamia. Não se permite aqui, na vida dos pastores, um relacionamento com duas mulheres simultaneamente. Mas, evidentemente, se a mulher foi adúltera e ele se divorciou dela, poderia casar-se novamente e seguir seu ministério em paz. 

Não há a menor dúvida que usar este texto para apoiar a doutrina da indissolubilidade do casamento é um erro primário de quem não conhece a matéria!

Vejam  o Vídeo abaixo:

                                   Não Confunda Repúdio Com Divórcio




Conclusão:

O divórcio e novo casamento nos Evangelhos sempre foram um tema de grande interesse para os cristãos, em todas as épocas. Saber exatamente o que Jesus falou sobre estes assuntos é de extrema necessidade, para uma vida cristã salutar. Nosso estudo visou clarificar os pontos traduzidos e interpretados equivocadamente a respeito do aspecto conjugal, citados por Jesus, quando do seu ministério terreno. 

Muitos ao estudar e interpretar os texto bíblicos sobre o divórcio interpreta e entendem de maneira errada. E alguns manipulam as declarações da Bíblia para que se adaptem à sua teoria. Entretanto, deveríamos agradecer a Deus por seu espírito que nos guia a toda a verdade e não nos deixa enganados pelas nossas próprias ideias. A Bíblia corretamente estudada apresenta um claro ensino sobre isso. 

Em Gênesis 38:24, antes dos dias de Moisés, as mulheres adúlteras eram mortas. Quem decidia isto era o homem. A adúltera devia ser morta. A situação das mulheres era realmente muito ruim, porque o homem casado podia “adulterar sexualmente” com as prostitutas e ninguém lhe apedrejaria por isto, mas uma mulher casada era morta. Judá, envolvido nesta questão, era nada mais e nada menos que um dos “patriarcas de Israel”. Seria isto justo? Moralmente falando, seria correto? 

Aprendemos que A palavra ADULTÉRIO não aparece dentro do ensino referente ao divórcio, porque se uma mulher fosse adúltera, o marido não daria a ela uma Carta de Divórcio, por esse motivo, não havia necessidade desse pecado ser mencionado. Por causa do adultério o casamento chegava ao fim, não pela carta de divórcio, mas pela execução da sentença de morte. (cf. Deuteronômio 22:13-21). 

As pessoas divorciadas e, principalmente, as que se casam de novo, em muitos contextos eclesiásticos, têm sido excluídas da comunhão e do serviço cristão, da alegria e da igualdade, e até, muitas vezes, da salvação. Não devemos esquecer que Cristo também morreu na cruz, por essas pessoas.

Fontes de pesquisa:

A BÍBLIA SAGRADA. Tradução Revista e Atualizada no Brasil: João Ferreira de Almeida. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1996;

A BÍBLIA E ESTUDO DE GENEBRA. Tradução Revista e Atualizada no Brasil: João Ferreira de Almeida. São Paulo: Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 2007;

BIBLEWORKS 7 e 8 – Software para Estudos da Bíblia. Virginia Estados Unidos, 2006 e 2009;

BÍBLIA HEBRAICA STUTTGARTENSIA. 5. ed. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 1997;

CALLISON, Walter L. O Divórcio, A Lei e Jesus. p. 93-103 In.: CARVALHO, Esly Regina. Quando o Vínculo se Rompe; separação, divórcio e novo casamento. Viçosa Minas Gerais: Ultimato, 2003;

DUTY, Guy. Divórcio e Novo Casamento. Venda Nova Minas Gerais: Editora Betânia, 1979;

Prof. Jean Alves Cabral. Atigo- Divórcio e novo casamento;

http://douglasmalinoski.blogspot.com.br/

http://www.blues.lord.nom.br/mensagens-temas-relevantes-the-lord-church-bible/001-tra-divorcio-e-novo-casamento-biblia-sagrada.shtml

estrangeira.wordpress.com/2009/09/26/divorcio-e-recasamento-pecados-imperdoaveis-pelo-espirito-santo/.


CARVALHO, Esly Regina. Quando o Vínculo se Rompe; Separação, Divórcio e

Novo Casamento. Viçosa: Ultimato. 2000;


ELWELL, Walter. Enciclopédia Histórica – Teológica da Igreja Cristã. Tradução:
Gordon Chown. 3 volumes, São Paulo: Vida Nova. 1988.


2 comentários:

  1. Excelente texto!

    Muito esclarecedor. O conhecimento da verdade nos liberta.

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  2. A paz de Cristo a todos! O que Deus está tendo de curar almas esfaceladas pela condenação dos homens não está fácil! Eu nunca vi "cristãos" com tanto prazer em condenar as pessoas ao inferno! É muito triste!
    Parabéns pelo trabalho. Deus abençoe!

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